Taxa Selic

Selic a 11,75%: 0,50 pp já foi, e agora? Veja de quantos devem ser os próximos cortes

03 ago 2023, 12:15 - atualizado em 03 ago 2023, 12:07
BC
Economista diz que o ciclo de flexibilização da Selic deve chegar ao fim quando o juro atingir os 10,75% (Imagem: Reuters/Ueslei Marcelino)

O Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC), deu início ao ciclo de flexibilização da política monetária brasileira — com a redução de 0,50 ponto percentual da Selic na quarta-feira (2). De acordo com especialistas, os próximos cortes da taxa podem ser de magnitude igual.

“0,50 ponto percentual é o ritmo perfeito”, dizem Alexandre de Azara e equipe do UBS BB, em relatório. Com isso, a taxa básica de juros deve fechar 2023 a 11,75% ao ano.

O próprio Comitê expressou, de forma unânime, que esse ritmo é “adequado para manter a política monetária contracionista necessária ao processo desinflacionário”.

Na análise do UBS, a sinalização de cortes na faixa de 0,50 p.p. é importante para evitar expectativas sobre uma eventual aceleração do ritmo nas próximas reuniões. “O Copom pretende evitar que 0,75 ponto percentual ou mais sejam precificados”, avaliam.

O economista André Perfeito também destaca que o comunicado foi feito para garantir a ancoragem dos juros mais longos. “Havia, e ainda há, risco real dos juros mais longos subirem num misto de desconfiança com o andar de reformas e da dinâmica inflacionária, além do fato óbvio que os gestores estarem ansiosos para realizarem os lucros da queda dos juros longos este ano”, diz.

Até onde vai o ciclo de flexibilização da Selic?

O economista André Perfeito afirma que o ciclo de flexibilização da Selic deve chegar ao fim quando o juro atingir o patamar de 10,75% ao ano — ou seja, já no início de 2024. “A autoridade monetária deixou claro que pretende ainda deixar a taxa básica no campo contracionista para assegurar a convergência das expectativas”, diz.

De acordo com Perfeito, quatro “bons motivos” explicam a estratégia a ser adotada pelo Banco Central:

  1. Eventual queda do desemprego, que deve levar a alta dos salários reais até o final deste ano;
  2. Fim da apreciação da moeda real, a medida que o diferencial de juros diminui;
  3. Postura de “compasso de espera” do BC em um ano eleitoral, como 2024; e
  4. Falta de clareza da Petrobras em relação a como irá diminuir a defasagem dos preços domésticos frente aos internacionais.

“Estes motivos já são suficientes para articular o tiro curto da política monetária e é bom que seja assim. De pouco adianta em termos macroeconômicos cortar o juro curto e disparar o juro longo”, diz o economista.

Por outro lado, O UBS BB está mais otimista e estima uma Selic a 8% ao ano como taxa terminal da flexibilização, em função da trajetória de inflação mais baixa. A previsão depende de uma inflação abaixo da esperada pelos Relatório Focus para 2024 — de 3,89%.

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Editora-assistente no Money Times e graduanda em Jornalismo pela Unesp - Universidade Estadual Paulista. Entrou para a área de finanças e investimentos em 2021.
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