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Sem cripto e com “pé atrás” em estatais: Veja onde o Bahia Asset, com R$ 8 bi sob gestão, investe

16 maio 2022, 12:16 - atualizado em 16 maio 2022, 15:03
Gustavo - Bahia Asset
Sem investir em criptomoedas, o Bahia Asset, de Gustavo Daibert, vê oportunidades na Bolsa e afirma que o Ibovespa está barato (Imagem: Divulgação/ Bahia Asset)

O Ibovespa (IBOV) está barato e guarda oportunidades, avalia Gustavo Daibert, gestor responsável por estratégias de renda variável no Bahia Asset. Em abril, o índice tombou 8% e chegou a zerar os ganhos do ano. Porém, ensaiou uma recuperação na semana passada.

Com R$ 8,4 bilhões sob gestão, o Bahia Asset vê “diversas oportunidades de empresas de qualidade a preços muito atrativos”. “O próprio Ibovespa, na nossa opinião, encontra-se em um patamar de preço historicamente baixo”, coloca Daibert em entrevista ao Money Times.

A visão faz parte de uma espécie de consenso entre analistas. Na semana passada, também em entrevista ao Money Times, o Itaú afirmou que a Bolsa negocia a múltiplos baratos. Apesar disso, ressaltou a necessidade de ser seletivo. 

Em abril, um dos fundos do Bahia Asset, o Bahia AM Valuation FIC de FIA, bateu o Ibovespa, apesar de ter caído 9,16% contra 10,10% do índice. Desde que foi criado, em 2010, o fundo acumula valorização de 161%, 102% a mais do que o Ibovespa no mesmo período.

Veja a entrevista abaixo, em que Daibert também falou sobre varejistas, estatais e investidores estrangeiros.

Money Times: O Ibovespa está caro ou barato?

Gustavo Daibert: Consideramos que a Bolsa brasileira oferece, no momento, diversas oportunidades de empresas de qualidade a preços muito atrativos.

O próprio Ibovespa, na nossa opinião, encontra-se em um patamar de preço historicamente baixo. O Equity Risk Premium – que é uma métrica que mostra o excesso de retorno que um investidor exige para investir em bolsa em relação à renda fixa de um determinado país – está em patamares muito altos, o que mostra que a bolsa brasileira está barata em relação ao seu padrão histórico.

MT: A entrada de estrangeiros no Brasil é sustentável?

Daibert: Tivemos, nos últimos 6 meses, uma entrada significativa de recursos de investidores estrangeiros na bolsa brasileira.

Nossa visão para o futuro é a de que fluxos sustentáveis serão fortemente dependentes de uma maior estabilidade e possível arrefecimento na dinâmica inflacionária ao longo de 2022.

Isso permitiria ao investidor estrangeiro entender que o Brasil se encontra em um momento diferente do ciclo de aperto monetário em relação à maioria dos países do mundo.

MT: Quais as ações vocês acham que estão atrativas neste momento?

Gustavo Daibert: Nosso portfólio atual contempla posições nos setores de commodities (mineração, siderurgia e petróleo), bancos, setor elétrico e alguns cases de consumo doméstico como locadoras de veículos.

MT: Gosta do setor de varejo, como Magalu (MLGU3) e Via (VIIA3)?

Daibert: Nossas preferências no setor de varejo estão em vestuário (empresas baratas historicamente com melhora sequencial nos resultados de curto prazo) e locadoras de veículos (onde vemos um grande potencial de geração de valor para acionistas vindo da consolidação do setor).

MT:  Gosta de estatais?

Daibert: Temos olhado muito de perto as estatais e achamos que serão, de fato, as empresas mais afetadas pelo resultado das eleições brasileiras. A divergência nos discursos dos dois principais candidatos ao Planalto deve trazer alta volatilidade a esses papéis.

Enquanto Bolsonaro tende a incorporar o discurso de privatizações em seu plano de governo, Lula vai na ponta oposta com discurso de fortalecimento da estrutura estatal das empresas. O discurso do candidato do PT vai na linha, inclusive, de desfazer possíveis privatizações executadas durante o governo Bolsonaro

MT:  Como avalia as criptomoedas?

Daibert: Não olhamos criptomoedas.

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Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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