Boi

Sem parâmetros firmes, o novo normal do boi e da carne é andar de lado

27 maio 2020, 16:03 - atualizado em 27 maio 2020, 16:28
Carnes
Carne no atacado caiu um pouco na semana passada, mas não deixa a margem de estabilidade (Imagem: Marcello Casal JrAgência Brasil)

Entre a pouca disposição de os frigoríficos originarem volumes maiores de boi e os produtores ainda conseguindo reter a boiada no pasto, não se sabe qual das pontas influencia mais na manutenção da estabilidade (em preços baixos) da @. O certo é que os negócios são da mão para a boca e, com liquidez reduzida, o boi anda de lado.

Até que sobre mais oferta, quando não haverá como os pecuaristas segurarem mais os bichos, com os pastos mais secos, ou haja um empuxo mais forte das vendas à China (maio está caindo sobre abril). Ou o fim dos isolamentos, com dias contados, possa fazer alguma diferença. E se esses dois últimos fatores não se apresentarem firmes, mesmo com oferta entrando as indústrias também dificilmente se animarão mesmo com liquidação, como está acontecendo.

Como está tudo muito bagunçado, o novo normal é a falta de parâmetros firmes.

Enquanto isso, a cotação há praticamente dois meses fica ali perambulado os R$ 192 em São Paulo – avançando num pé, recuando no outro -, juntando as referências do spot coletadas pelas consultorias. Há negócios acima, claro, para lotes maiores e contratos fechados antes, especialmente para boi China, mas estão longe de puxar o mercado todo para cima.

A carne no atacado também segue igual, refletindo um varejo que, já no andar de baixo, não sai do lugar.

Da 1º semana de abril à 3º de maio, pelos registros da Agrifatto, o kg da carcaça casada no mercado paulista veio dos R$ 13,00 aos R$ 12,70 (semana passada), voltando à banda mais alta nos intervalos.

Melhora um pouquinho próximo da semana do pagamento, reflui depois. Amanhã (27), dia de maior atividade nos negócios – dentro do novo normal da pecuária de corte no meio do surto sanitário-econômico -, quem sabe os dois sobem nos centavos. Boi e a carne.

Até porque nesta quarta o boi à vista (e livre de impostos) caminhou residualmente tanto pela Agrifatto (0,33%/R$ 195,74) quanto pela Scot Consultoria (R$ 1,00, a R$ 191,00). Mais um dia do mais do mesmo, de lado.

Fora da curva

A instituição da Esalq/USP viu boi a R$ 204,30 nesta terça – mais de R$ 10,00 contra a média dos outros – e com todo quase feriado paulista. Pelo menos registrou queda de 1,14% frente a segunda.

Os indicadores do Cepea estão sempre fora da curva. Fica parecendo que as informações recolhidas entre produtores e frigoríficos são sempre de boi com prêmio, quando antes a reclamação era de que nas ponderações entravam também negócios de regiões inexpressivas, portanto de animais fracos.

A verdade é que poucos entendem, assim, por exemplo, vendo o registro na carcaça casada no atacado. O Cepea levantou em torno de até R$ 1,00 a mais, igualmente fora dos outros indicadores que medem os parâmetros do mercado.

Repórter no Agro Times
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
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