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Servidores do Banco Central preparam entrega de cargos em ato por reajuste

03 jan 2022, 17:40 - atualizado em 03 jan 2022, 17:40
Banco Central Selic
O sindicato de funcionários do Bacen afirma que não houve negociação no governo para rever a remuneração dos servidores do órgão (Imagem: Reuters/Ueslei Marcelino)

Após movimento na Receita Federal, o Banco Central se tornou foco de manifestação de servidores, que se preparam para entregar cargos de chefia em ato por reajustes salariais.

O Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal) abriu mobilização para que, além da entrega dos postos comissionados, as vagas não sejam repostas por outros componentes do banco.

A entidade ainda convoca os servidores da autarquia para um protesto pela reestruturação de carreira no dia 18 de janeiro, com manifestação presencial em Brasília e atividades online em todas as regionais do órgão.

De acordo com o sindicato, policiais federais e servidores da Receita terão reajustes em 2022, “aprofundando ainda mais diferenças remuneratórias entre o BC e carreiras congêneres”.

Após acordo com o governo, carreiras de policiais conseguiram garantir a inclusão de 1,7 bilhão de reais no Orçamento de 2022 para reajustes. No entanto, não há definição para os servidores da Receita.

O sindicato de funcionários do Bacen afirma que não houve negociação no governo para rever a remuneração dos servidores do órgão.

“De elogios inócuos e ‘tapinhas nas costas’ os servidores estão cansados. O que se quer, de verdade, é ver o presidente do BC entrar em campo para valer e conseguir resolver de uma vez por todas as assimetrias”, afirma o sindicato na convocação. Não foi divulgada estimativa de servidores que estariam se preparando para deixarem os cargos.

A entidade afirma que deve ser priorizada uma reestruturação de carreira, com reajuste salarial, dos cargos de analista e técnico.

Representantes do BC, procurados para se manifestar, não comentaram de imediato.

Após promessa do governo de reajustar salários de policiais, categorias de servidores federais demonstraram insatisfação e iniciaram mobilizações. Sindicatos articulam paralisações das atividades em janeiro como forma de pressionar o Executivo.

O movimento mais forte até o momento acontece na Receita Federal. De acordo com o Sindifisco Nacional (Sindicato Nacional dos Auditores-Fiscais da Receita), 951 auditores fiscais entregaram cargos de chefia até a última semana.

Conselheiros do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) também entregaram carta de renúncia coletiva de seus mandatos e prometeram paralisar as sessões de julgamento do órgão em janeiro.