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Siemens espera expansão de mercado ferroviário com gastos verdes

20 dez 2020, 15:03 - atualizado em 18 dez 2020, 15:05
Siemens AG
O aumento dos gastos públicos para reduzir as emissões do transporte deve puxar os ganhos após um ano difícil para o setor (Imagem: Divulgação/Siemens)

A Siemens aposta na recuperação do mercado ferroviário após a crise causada pelo coronavírus, impulsionada pelo esforço internacional para reduzir as emissões de dióxido de carbono do transporte.

O mercado global de trens e infraestrutura relacionada deve crescer 25% nos próximos três anos e ultrapassar os níveis pré-coronavírus, disse por telefone Michael Peter, que comanda a unidade de mobilidade da gigante alemã de engenharia.

O aumento dos gastos públicos para reduzir as emissões do transporte deve puxar os ganhos após um ano difícil para o setor, disse Peter.

A União Europeia, um dos maiores mercados ferroviários do mundo, anunciou na quinta-feira que intensificará as medidas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa até 2030, um passo que deve favorecer fabricantes de equipamentos ferroviários.

“Muitos países estão antecipando metas climáticas”, disse Peter. “Os trilhos devem ser a espinha dorsal de um sistema de transporte livre de emissões.”

A recuperação do setor ferroviário seria bem-vinda para a Siemens, cuja previsão é de que as vendas do setor global caiam 9% neste ano devido à pandemia, que reduziu a demanda por viagens, desacelerou as compras e diminuiu a necessidade de manutenção. Na Europa, a distância percorrida de trem por passageiros caiu 70% no terceiro trimestre, segundo os dados mais recentes da Eurostat. A Siemens espera que as vacinas ajudem a elevar o número de viagens para os níveis anteriores à crise no ano que vem, disse Peter.

A Europa deve ajudar a retomada depois que países como França e Alemanha disseram que aumentarão os gastos em ferrovias para reduzir viagens aéreas e rodoviárias. A Siemens espera investimentos crescentes em novos trens de alta velocidade e na digitalização das redes ferroviárias, disse Peter.

“Todos os países europeus têm redes de trens que frequentemente são negligenciadas”, disse o executivo. “É uma grande oportunidade.”