Sinal verde: Azul (AZUL4) tem aprovação da Justiça dos EUA em audiência do Chapter 11

A Azul (AZUL4) recebeu sinal verde para todas as petições da companhia apresentadas na chamada audiência de “Segundo Dia” ao Tribunal dos Estados Unidos responsável pelo Chapter 11 (recuperação judicial nos EUA) da companhia aérea.
Segundo o fato relevante divulgado ao mercado na noite de quarta-feira (9), não houve qualquer objeção por parte da autoridade em nenhum dos pedidos feitos pela Azul.
“A aprovação dos pedidos, que já havia sido concedida interinamente na audiência de ‘Primeiro Dia’, garante a continuidade do processo, como planejado pela companhia, na trajetória rumo a uma reestruturação bem-sucedida”, diz o documento.
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Essa audiência sucede e torna permanente as aprovações da audiência de “Primeiro Dia”, que ocorreu logo após a companhia aderir ao Chapter 11. Nesta, entre outras medidas, o Tribunal concedeu aprovação para que a Azul tenha acesso imediato a US$ 250 milhões de seu financiamento DIP (modalidade de crédito específica para empresas em processo de recuperação judicial) de US$ 1,6 bilhão.
Ainda em julho, a Azul afirma que ocorrerá ao menos mais uma audiência para deliberar aprovações restantes.
Recuperação judicial da Azul
A Azul entrou em maio no processo de Chapter 11, que nada mais é do que um processo de recuperação judicial que corre nos Estados Unidos. O movimento fechou a tríade das grandes aéreas presentes no Brasil que recorreram ao recurso.
No entanto, a Azul defende que seu processo é diferente por já estar mais estruturado, com uma série de acordos feitos (veja detalhes aqui), e está no radar da companhia deixar o processo entre o fim deste ano e o começo do próximo, período também estimado por analistas do mercado.
A Azul já firmou os chamados acordos de apoio à reestruturação com seus principais parceiros financeiros, como seu maior arrendador de aeronaves, a AerCap, e as companhias aéreas United e American Airlines.
Os acordos incluem um compromisso de aproximadamente US$ 1,6 bilhão em financiamento ao longo do processo e a eliminação de US$ 2 bilhões de dívida, além de até US$ 950 milhões em financiamento adicional garantido em equity na conclusão do processo.
De acordo com o CEO da Azul, John Rodgerson, a empresa optou por iniciar uma reestruturação financeira voluntária tendo em vista a sobrecarga da pandemia na estrutura de capital, o que se somou à deterioração macroeconômica, trazendo problemas para a cadeia de suprimentos da aviação.
Somado a isso, há um impacto do governo. Isso porque um pacote de crédito de R$ 4 bilhões destinado a apoiar as companhias aéreas, aprovado pelo Congresso em agosto passado, só começará a ser desembolsado no final de setembro deste ano, com atraso em relação ao cronograma original.