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Site e loja física são complementares; confira 6 dicas para cuidar dos dois

03 jan 2022, 7:03 - atualizado em 03 jan 2022, 7:24
Lela Brandão, dona de um empreendimento de moda confortável, conta que foi fácil traduzir as características da marca nativa digital para o mundo físico, uma vez que estava tudo evidente para os sócios (Imagem: Pixabay/Pexels)

Ao abrir uma loja física, o empreendedor não pode negligenciar o virtual. O consumidor é multicanal, ou seja, compra nos dois espaços. Gabriela Miranda apostou nisso e até investiu mais na imagem online da Pudim Terapia, que criou no ano passado: fez fotos profissionais para o perfil no Instagram e registrou o estabelecimento físico, aberto este ano, no Google. Segundo ela, isso deu ainda mais visibilidade à marca. “As pessoas avaliam muito lá, acho que é tudo ligado.”

Lela Brandão, dona de um empreendimento de moda confortável, conta que foi fácil traduzir as características da marca nativa digital para o mundo físico, uma vez que estava tudo evidente para os sócios.

Prova disso é que as pessoas que conhecem a Lela Brandão Co. dizem que entrar na loja é como entrar nas redes sociais dela.

“O atendimento, a estética da loja e tudo o que envolve nosso espaço foi pensado nas bases do nosso branding e do que a gente acredita. Conseguimos trazer muitos elementos da nossa identidade visual e das nossas crenças enquanto marca para a loja, com ambientes mega instagramáveis de um jeito que fica quase impossível sair de lá sem postar uma foto”, brinca. Ela considera que a experiência como criadora de conteúdo e arquiteta ajudou a fazer essa integração.

Allan Hagemeyer, CEO da Multi.etc e especialista em gestão estratégica de negócios e transformação digital, diz ser importante encarar o negócio como única vertical, tendo o consumidor como foco, não o tipo de canal. “Tudo bem um vender mais que o outro, desde que tenha olhar único, porque, no final do dia, vai ser sobre o que o cliente entende que é bom e isso tudo faz com que ele esteja próximo da marca.”

Ao pensar em promoções, por exemplo, ele orienta ter equilíbrio e não concorrer um com o outro. “Se vou fazer promoção exclusiva no online, é importante que a loja comunique bem isso e ajude o consumidor, mesmo dentro da loja”, afirma. Hagemeyer e os empreendedores consultados na reportagem dão dicas para quem quer abrir a loja física depois de consolidar a marca no online.

Confira 6 dicas práticas

1. Tenha uma reserva financeira: uma vez que Gabriela não dependia apenas da Pudim Terapia para se manter, pois já tinha uma empresa de comunicação, ela poupou todo o faturamento líquido da loja online.

O valor serviu depois para investir na reforma do espaço físico e na compra dos equipamentos profissionais. Para quem pode, ela indica ficar o máximo de tempo possível no online para juntar esse dinheiro e aportá-lo no estabelecimento.

2. Busque ajuda profissional: Gabriela contou com a ajuda de uma amiga que também empreende para fazer a precificação dos produtos, tópico que ela não dominava.

Os donos da Caritó Padaria Artesanal recorreram ao Sebrae depois que a loja física foi aberta para estudar mais sobre como administrar o negócio e estar em dia com legislação e vigilância sanitária.

Gabriel Dias e Gabriel Rodrigues indicam ter boas noções de marketing, criação de conteúdo e comunicação visual para fortalecer a marca.

Allan Hagemeyer também recomenda buscar um especialista principalmente no momento de escolher o ponto físico. “Se a pessoa já entende a questão de locação, acredito que possa fazer sozinha, mas se conhece muito de produto e marca e tem dificuldade com parte financeira, é melhor buscar um consultor”, diz. Ele indica empresas especializadas em dados de geolocalização e geomarketing, que contribuem para a escolha do local com base nos interesses do consumidor da região.

3. Estude seu público: Lela considera importante analisar bem o público para entender a localização que faz mais sentido para o espaço físico, estudar o fluxo de pessoas no local e só abrir a loja quando souber que a equipe está preparada para atender ao vivo.

4. Esteja alinhado com o atendimento: A CEO da Lela Brandão Co. também recomenda conversar bastante com a equipe de atendimento da loja para que entenda o universo da marca, no que acredita e o mais importante: no que não acredita. “Um vendedor e o espaço físico representam o primeiro contato no mundo real com a sua marca para um cliente, como uma personificação da marca, e essa experiência pode ficar para sempre na memória dele, para o bem ou para o mal”, destaca.

5. Planeje estoque e logística: Ter a loja online ajudou Lela a manejar melhor o espaço físico. “Nosso escritório fica bem próximo à loja, o manejo do estoque e logística foi bastante simplificado por essa proximidade. Temos o estoque unificado no sistema, com um ponto de venda dentro da própria plataforma, o que deixou a operação mais simples”, diz.

O especialista aprova a unificação do estoque e diz que há sistemas variados, para todos os portes e bolsos, que ajudam a integrar os dois canais e fazer uma logística adequada, seja para o consumidor retirar no local ou seja para o site fazer entrega mais rápida.

6. Considere outros canais: Hagemeyer comenta que, a depender da marca e do e-commerce, é interessante pensar, além do atendimento presencial, em modelo de franquia e sistema de afiliados, estratégia que torna-se uma extensão da venda online e pode ser um passo antes da abertura física.

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