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Startup de raios X tem ambição de transformar setor centenário

12 set 2020, 17:07 - atualizado em 10 set 2020, 16:38
Avaliada em cerca de US$ 2 bilhões após a listagem na Nasdaq no mês passado, a Nano-X busca transformar o setor multibilionário  (Imagem: Unsplash/@jonathanborba)

A Nano-X Imaging, startup fundada pelo investidor israelense Ran Poliakine, está unindo forças com a fabricante de chips sul-coreana SK Hynix para fabricar uma máquina que poderia abalar a centenária indústria de raios X.

Avaliada em cerca de US$ 2 bilhões após a listagem na Nasdaq no mês passado, a Nano-X busca transformar o setor multibilionário que tem basicamente contado com a mesma tecnologia desde que o vencedor do Prêmio Nobel Wilhelm Roentgen descobriu os raios X no final do século 19. O dispositivo da Nano-X usa semicondutores em vez de filamentos de metal para gerar raios X.

A parceria com a SK Hynix, segunda maior fabricante mundial de chips de memória, é um impulso para uma empresa fundada há oito anos que ainda não estabeleceu totalmente sua tecnologia. Também reflete a crescente cooperação tecnológica entre Israel e Coreia do Sul, dois países que ajudaram a moldar a economia global promovendo inovações e assumindo grandes riscos.

As ações da Nano-X mais do que dobraram de preço nas semanas desde sua estreia na bolsa, antes mesmo de ter receita ou aprovações regulatórias.

Isso mostra o entusiasmo do mercado sobre a empresa, mas também alimentou ceticismo entre pessoas que viram empresas como a Theranos desmoronar quando projetos não se concretizaram.

“Sei que há céticos”, disse Poliakine em entrevista no escritório em Seul da empresa de private equity The Yozma, um dos investidores da Nano-X. “Esta é uma promessa, mas não seria uma promessa se não houvesse um grande risco.”

Potencial disruptivo

No centro dessa promessa está um scanner em formato de donut chamado Nanox.ARC, que usa semicondutores para calibrar digitalmente a intensidade dos feixes para capturar camadas de órgãos humanos instantaneamente, sem ter que atingir temperaturas intensas ou girar como um scanner de tomografia computadorizada convencional, de acordo com a empresa.

A Nano-X diz que seus aparelhos não apenas geram menos radiação, mas também custam uma fração do preço para fabricação porque dispensam grandes sistemas de resfriamento e outros componentes volumosos. Os dispositivos serão doados se os clientes concordarem com um plano “pay-per-scan”

Se realmente puder reduzir a radiação, melhorar as imagens e fornecer acesso a mais pacientes, ao mesmo tempo em que economiza dinheiro para os médicos, a máquina tem potencial para ser “muito disruptiva”, disse David Smith, professor associado de radiologia clínica no LSU Health Sciences Center e University Medical Center em Nova Orleans. “Se falhar em qualquer uma dessas coisas, pode não ser disruptiva, mas pode preencher um nicho de mercado.”

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