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Terra (LUNA): o “Hard Fork” pode salvar o projeto?

19 maio 2022, 15:02 - atualizado em 19 maio 2022, 15:02
Terra LUNA
Será que um Hard Fork é suficiente para salvar a rede?(Imagem: Crypto Times)

Após o colapso da rede Terra (LUNA), o fundador do projeto, Do Kwon, anunciou um plano para ressuscitar a rede. Um dos pontos deste plano, está a criação de um “Hard Fork” — ramificação da rede a partir do blockchain original.

Entretanto, muitos especialistas no assunto não querem esse Fork, nem acham que seria a solução da rede Terra.

Atualmente, a votação para a mudança está indicando que, dos 7.034 votantes, 91% não querem que aconteça a ramificação.

Antes de qualquer Fork, é preciso arrumar a própria casa

Na visão de Paulo Boghosian, analista-chefe de criptoativos do Traders Club, no geral, o mercado cripto é um setor que ainda passa por muitos experimentos. Ele comenta que existem diversos projetos ambiciosos que buscam inovar no mercado.

“A Luna, é um ecossistema que cresceu muito rápido com um objetivo bem ambicioso de fazer uma stablecoin algorítmica. O crescimento foi gigante, e aconteceu de forma muito rápida, e se tornar um alvo muito grande no mercado. E no mercado onde tem sangue, sempre vai ter ‘tubarão’ para atacar”, explica.

Segundo Boghosian, a Luna não tinha as reservas necessárias para proteger uma stablecoin que chegou a U$ 18 bi de dólares em capitalização de mercado.

O analista comenta que, antes de qualquer Fork, seria necessária a transparência em algumas questões, por exemplo, sobre como foi usado a reserva em bitcoins que o projeto havia comprado para tentar defender o UST.

“O mercado precisa saber isso para afastar, ou comprovar, a hipótese de que eles fizeram de fato alguma coisa errada ou maliciosa. Existem muitas especulações no Twitter sobre se houve algum tipo de desistência dos fundadores do projeto ou de fundos que estavam investidos no projeto.”

Boghosian diz que outro fator que pode atrapalhar a “ressurreição” de Terra, é a falta de descentralização.

“O dono do projeto, Do Kwon, é um cara com sérios problemas de ego, que ofende inclusive pessoas que questionavam à Terra em suas redes sociais.”

Por fim, o maior problema de todos, segundo o analista do Traders Club, é o resgate da confiança dos investidores pessoas físicas, uma vez que a quantidade de pessoas que perderam todo, ou boa parte, de seus investimentos, foi enorme.

“São muitos que perderam tudo, ou investiram mais do que deveriam, e perderam mais do podiam”, diz.

Desafios Pós-Hard Fork

Na opinião de Rafael Pugliesi, especialista em finanças comportamentais e Criptoativos, o aspecto mais difícil da proposta de restauração do ecossistema Terra Luna será o gerenciamento da distribuição dos 1 bilhão de tokens após o Hard Fork.

“Devido à conversão desenfreada de UST para LUNA, o seu suprimento aumentou muito, alcançando mais de 6,9 trilhões de tokens LUNA no momento em que escrevo esta resposta”, comenta.

Para ele, o renascimento da Terra Luna irá ocorrer em um dos períodos macroeconômicos mais difíceis da última década.

As consequências da crise do covid-19, o aperto monetário do Fed e o conflito Rússia x Ucrânia trouxeram um novo ambiente monetário de baixa liquidez, segundo ele.

“Por isso, a abundância de recursos para investimentos de venture capitals podem estar chegando ao fim na minha opinião”, explica.

Sendo assim, o especialista aponta que a comunidade Luna é forte, mas, ao mesmo tempo, está fortemente marcada e machucada, e que “a desconfiança e desafios econômicos podem dificultar as novas ambições de Do Kwon”.

Ele finaliza fazendo um alerta sobre os riscos para o investidor de varejo: “Lembre-se que aprender a gerenciar o risco do seu portfólio pode lhe salvar dos famosos Cisnes Negros, afinal, a regra nº 1 dos investimentos é sobreviver.”

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Repórter do Crypto Times
Jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Repórter do Crypto Times, e autor do livro "2020: O Ano que Não Aconteceu". Escreve sobre criptoativos, tokenização, Web3 e blockchain, além de matérias na editoria de tecnologia, como inteligência artificial, Real Digital e temas semelhantes. Já cobriu eventos como Consensus, LabitConf, Criptorama e Satsconference.
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Jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Repórter do Crypto Times, e autor do livro "2020: O Ano que Não Aconteceu". Escreve sobre criptoativos, tokenização, Web3 e blockchain, além de matérias na editoria de tecnologia, como inteligência artificial, Real Digital e temas semelhantes. Já cobriu eventos como Consensus, LabitConf, Criptorama e Satsconference.
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