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Terra (LUNA): Veja o que esperar dos aplicativos descentralizados do ecossistema

17 maio 2022, 17:28 - atualizado em 17 maio 2022, 17:29
Terra LUNA
Blockchain Terra (LUNA) é uma rede de contratos inteligentes de primeira camada. (Imagem: Crypto Times)

Após o colapso da stablecoin UST e por conseguinte, de LUNA, todo o ecossistema permanece à deriva. O sul-coreano fundador do projeto, Do Kwon, já propôs uma solução para criar um novo blockchain a partir de um “hard fork” – ramificação de um novo blockchain a partir do original -, distribuir os novos tokens entre antigos detentores de LUNA e recomeçar o projeto do zero.

Entretanto, existem diversos aplicativos descentralizados (dApps) construídos em cima do blockchain da rede Terra – nome que agora provavelmente mudará para Terra Classic – que podem estar comprometidos, uma vez que estão sofrendo as consequências sentidas pelo colapso da base de seu ecossistema.

O maior deles era um protocolo de empréstimos descentralizados (lending) chamado Anchor (ANC).

Inclusive, Orlando Telles, sócio-fundador da casa de análise Mercurius Crypto, chegou a dizer que os altos rendimentos oferecidos para quem fornecia liquidez ao protocolo foi um dos principais fatores que tornavam a rede Terra insustentável.

O blockchain Terra (LUNA) é uma rede de contratos inteligentes de primeira camada – ou seja, seu objetivo é construir um vasto ecossistema de protocolos construídos e programados sobre ele.

O token LUNA é de governança e “utilididade”, uma categoria que entrega aos detentores a possibilidade de votar em mudanças na rede e é usada para pagar taxas dentro do ecossistema da rede.

Todavia, os “dApps”, construídos sobre uma rede de contratos inteligentes como a Terra, geralmente possuem tokens de governança próprios – como é o caso do protocolo Anchor, que tem o criptoativo de ticker “ANC”.

Terra (LUNA)
Organização do ecossistema da rede Terra (LUNA) e os dApps que a compõe. (Imagem: Smart Stake/Twitter)

Qual foi o impacto sofrido pelos dApps de Terra (LUNA)?

André Franco, analista-chefe do Mercado Bitcoin, comenta que os aplicativos descentralizados que funcionavam apenas na rede Terra sofreram mais por usarem tokens nativos do ecossistema que colapsou, como LUNA ou UST.

Ele explica que, caso o “dApp” possuísse um mecanismo de Valor Total Travado (TVL) para fornecer empréstimos – ou liquidez – ao protocolo em LUNA ou UST, esse valor em dólar cairia muito durante o colapso da rede.

“Existe todo um contexto de valoração do protocolo, que é bem deteriorado, justamente porque o TVL passa a ser zero. Basicamente, o mercado começa a enxergar aqueles protocolos sem valor”, explica.

Terra (LUNA)
Ranking dos principais dApps construídos sobre a rede Terra (LUNA). Nas colunas da esquerda para direita estão respectivamente: variação no TVL em um dia, em sete dias e dentro de um mês. (Imagem: DeFiLlama)

Para onde vão os “dApps” construídos sobre Terra (LUNA)?

Já foram anunciados alguns movimentos que indicam uma migração dos “dApps” da Terra (LUNA) para outras blockchains de contratos inteligentes. Um dos exemplos foi por parte da equipe da Polygon (MATIC).

A rede Polygon (MATIC) é uma sidechain da Ethereum (ETH), ou seja, uma blockchain de contratos inteligentes de segunda camada na Ethereum – e usa dos instrumentos de validação e segurança da Ethereum -, mas tem um ecossistema paralelo da primária.

Ryan Wyatt, CEO da startup por trás da rede, afirmou em seu perfil do Twitter que está ajudando diversos projetos que antes estavam na rede Terra a migrarem para a rede Polygon.

Outra rede que está de olho nos “dApps” da Terra é a Fantom (FTM). No perfil oficial da rede de contratos inteligentes em primeira camada foi dito que os projetos da Terra teriam suporte da Fantom caso desejassem migrar para a rede:

“Qualquer projeto da Terra Luna procurando por um novo blockchain, por favor, envie-nos uma mensagem. O tempo de atividade da Fantom é 100%, rápido, de baixo custo e confiável, com uma grande comunidade. Podemos ajudar com um programa de subsídios, integração, marketing e conexões.”

Franco reforça que já existem muitos fazendo propostas, o analista também cita como exemplo a rede Avalanche (AVAX). Avalanche é uma rede considerada de camada zero, famosa por suas “subnets” justamente pela personalização desses aplicativos descentralizados.

O blockchain utiliza uma estrutura principal, apenas para garantir a segurança e robustez dos projetos que serão construídos em cima dela. As subnets são blockchains próprias e independentes para cada “dApp“.

“Existe muita gente nessa ‘batalha’ porque é ótimo trazer bons projetos e bons desenvolvedores para dentro da sua rede”, diz o analistas.

Porém, pondera, o momento para essas ‘dApps‘ seria de pensar a melhor forma, ou melhor local, para se estabelecerem.

“Não tem como ter certeza, é uma decisão que precisa ser tomada com muito cuidado, até porque estão em uma situação atual delicada”.

Vale a pena investir nos “dApps” de Terra (LUNA)?

Franco, analista-chefe do Mercado Bitcoin, diz que os tokens dos dApps não são um bom investimento.

“Eu não compraria nada do ecossistema de Terra, justamente por que poderíamos ver novas quedas. Não intrinsicamente por causa do protocolo em si, uma vez que chegou a zero o token, mas porque o mercado não está muito saudável, ainda está muito incerto e não sabemos para onde ele vai”.

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Repórter do Crypto Times
Jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Repórter do Crypto Times, e autor do livro "2020: O Ano que Não Aconteceu". Escreve sobre criptoativos, tokenização, Web3 e blockchain, além de matérias na editoria de tecnologia, como inteligência artificial, Real Digital e temas semelhantes. Já cobriu eventos como Consensus, LabitConf, Criptorama e Satsconference.
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Jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Repórter do Crypto Times, e autor do livro "2020: O Ano que Não Aconteceu". Escreve sobre criptoativos, tokenização, Web3 e blockchain, além de matérias na editoria de tecnologia, como inteligência artificial, Real Digital e temas semelhantes. Já cobriu eventos como Consensus, LabitConf, Criptorama e Satsconference.
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