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Tesco sob pressão para cortar vínculos com JBS por Amazônia

05 ago 2020, 13:55 - atualizado em 05 ago 2020, 13:55
JBS
A JBS começa a sentir o impacto da reação de investidores e empresas por sua abordagem para o desmatamento (Imagem: REUTERS/Shannon Stapleton)

A Tesco enfrenta pressão para se distanciar da JBS (JBSS3), maior produtora mundial de carne, por causa dos vínculos da empresa com o desmatamento na Floresta Amazônica.

Ativistas ambientais do Greenpeace planejam pressionar a Tesco e seus clientes a partir de quarta-feira por meio de uma campanha online, em um esforço para fazer com que a rede de supermercados britânica deixe de comprar suprimentos de subsidiárias da JBS.

O Brasil entra na temporada anual de queimadas em agosto, e dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais mostraram 6.804 focos de incêndio na Amazônia em julho, um aumento de 28% em relação ao ano anterior.

Embora apenas uma pequena porcentagem das importações de carne bovina do Reino Unido venha da região amazônica, a Tesco é uma grande cliente da produtora de aves Moy Park e da processadora de suínos Tulip, ambas controladas por uma empresa nos EUA na qual a JBS detém participação majoritária.

A Tesco disse que é injusto visar empresas nas quais a JBS comprou participações recentemente, enquanto a varejista tem um relacionamento de 40 anos com os fornecedores.

O Greenpeace acusa a Tesco de não combater o desmatamento, tendo adiado sua promessa de desmatamento zero de 2020 para 2025. A Tesco disse que apoia a campanha para acabar com o desmatamento, mas continuará trabalhando com as empresas.

“Moy Park e Tulip também fornecem para a Aldi, Co-op, Lidl, Sainsbury’s e Waitrose”, disse a Tesco em comunicado. “Colocá-las na lista negra poderia eliminar milhares de empregos, impactar agricultores britânicos e, finalmente, comprometer nossa capacidade de oferecer carne e frango britânicos aos nossos clientes.”

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A Tesco disse que é injusto visar empresas nas quais a JBS comprou participações recentemente (Imagem: Site/Tesco)

A JBS começa a sentir o impacto da reação de investidores e empresas por sua abordagem para o desmatamento. Na semana passada, a Nordea Asset Management decidiu excluir ações da JBS do portfólio, citando as queimadas na Amazônia.

O governo Jair Bolsonaro proibiu queimadas na região por quatro meses após pressão de investidores estrangeiros. O desmatamento na Amazônia aumentou nos últimos dois anos, desde que Bolsonaro assumiu o poder com a promessa de aumentar as áreas disponíveis para agricultura e mineração na floresta.

“A JBS está comprometida com o fim do desmatamento em toda a sua cadeia de suprimentos e estamos na vanguarda do setor em medidas para melhorar a rastreabilidade da cadeia de suprimentos no Brasil”, disse um porta-voz da empresa.

Todas as subsidiárias da JBS devem seguir rigorosas políticas de compras e compartilhar seu compromisso com o desmatamento, afirmou a empresa.

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