Mercados

Tesla (TSLA) tomba na lista de companhias mais valiosas do S&P 500

03 jan 2023, 18:15 - atualizado em 03 jan 2023, 18:15
Tesla
Tesla (TSLA) inaugura 2023 com’pé esquerdo’, com dados fracos do último trimestre de 2022 (Imagem: REUTERS/Adrees Latif)

A Tesla (TSLA) derrete 12% na Bolsa de Nova York, após não ter conseguido entregar o número esperado de veículos no último trimestre de 2022, liderando as perdas para o índice S&P 500 nesta tarde.

O desempenho aquém do esperado pelos analistas assustou os investidores, propiciando o maior selloff de ações da companhia em mais de dois anos, apagando o momento positivo registrado nos últimos três pregões de 2022.

Possuindo um valor de mercado de US$ 332 bilhões, a companhia de Musk passa a ocupar a décima quinta posição das empresas mais valiosas do S&P 500, de um ranking de 20.

Imediatamente a frente dela estão a petroleira Chevron (CVX), empresa de produtos de consumo Procter & Gamble (PG) e a fabricante de hardwares Nvidia (NVDA).

Tesla sente queda da demanda

A montadora informou ter entregue 405.278 veículos nos últimos três meses do ano passado, ante expectativas de Wall Street de 431.117 veículos, segundo dados da Refinitiv. A companhia despachou a clientes 308.600 veículos no mesmo período do ano passado.

As estimativas frustradas refletem uma queda da demanda por bens duráveis, à medida que juros mais altos comprometem o apetite de compra dos consumidores por produtos de maior valor agregado.

O arrefecimento na demanda pelos EVs (veículos elétricos, na sigla em inglês) remodela a perspectiva de produção da montadora, que anunciou menor produção programada para janeiro na fábrica da companhia em Xangai, segundo um cronograma interno da unidade.

O mercado também especula sobre uma desaceleração na demanda por conta de competição com montadoras tradicionais como Ford e General Motors e startups como Rivian.

Musk distraído?

Enquanto a fabricante tenta aumentar a competitividade, um número crescente de investidores acredita que Musk possa estar distraído demais com a sua nova aquisição – o Twitter.

Desde que concluiu a compra da rede social por US$ 44 bilhões no fim de outubro do ano passado, a irritação dos investidores se deve ao fato do CEO da Tesla estar colocando empenho excessivo em polêmicas que não contribuem para a governança e para os desafios da montadora no momento atual.

Recentemente, Elon Musk disse que ele sairia da posição de CEO do Twitter “tão logo achar alguém idiota o suficiente para assumir o emprego”.

O bilionário, que recentemente se tornou o primeiro homem a perder US$ 200 bilhões, se desfez de mais de US$ 40 bilhões em ações da Tesla como forma de se resguardar do “pior” (referindo-se ao cenário de recessão).

Estagiário
Jorge Fofano é estudante de jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. No Money Times, cobre os mercados acionários internacionais e de petróleo.
Jorge Fofano é estudante de jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. No Money Times, cobre os mercados acionários internacionais e de petróleo.
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