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Tether publica relatório que garante que existem reservas para sua stablecoin USDT

30 mar 2021, 11:34 - atualizado em 30 mar 2021, 11:34
Por anos, a Tether falhou em comprovar se suas stablecoins tinham lastro em reservas de dólar americano (Imagem: Crypto Times)

A Tether publicou um relatório de asseguração, apresentado pela empresa de contabilidade Moore Cayman, mostrando que suas stablecoins possuem reservas completas.

O relatório, compartilhado com o The Block nesta terça-feira (30), é datado de 28 de fevereiro e possui uma opinião de asseguração da Moore Cayman de que os ativos consolidados da Tether excederam suas obrigações consolidadas até a data mencionada.

Mais especificamente, o total de ativos consolidados da Tether chegou a quase US$ 35,2 bilhões em 28 de fevereiro e seu total de obrigações totais atingiu US$ 35,2 bilhões, em que US$ 35,1 bilhões foram relacionados às stablecoins emitidas.

Isso significa que as reservas da Tether excederam a quantia exigida para reembolsar as stablecoins emitidas, segundo o relatório.

Porém, o documento não descreve como as reservas da Tether são mantidas, uma preocupação que críticos da Tether arrecadaram no passado.

Relatórios mensais de certificação da Centre, adversária da Tether, por exemplo, mencionam o dólar americano retido em contas de custódia para sua stablecoin U.S. Dollar Coin (USDC).

Stuart Hoegner, conselheiro geral da Tether, contou ao The Block: “todos os tokens da Tether são completamente lastreados pelas reservas da Tether, conforme indicado por essa opinião”.

Hoegner também disse que Tether armazena suas reservas em dinheiro físico e seus equivalentes e que a empresa deixou isso “claro há anos”. USDC, por exemplo, também mantém suas reservas em dinheiro físico e seus equivalentes.

Moore Cayman, parte da empresa londrina de contabilidade Moore Global, preparou o relatório de asseguração com base em um relatório de reservas consolidadas (CRR, na sigla em inglês) que a Tether forneceu a eles.

“Acreditamos que a evidência que obtivemos seja suficiente e adequada para fornecer uma base razoável para nossa opinião de asseguração”, disse Moore Cayman.

“A gestão da Tether Holdings Limited é responsável por suas alegações em seu CRR que se relacionam aos ativos consolidados da Tether Holdings Limited para sustentar as obrigações consolidadas emitidas.”

Hoegner afirmou que Moore Cayman seguiu procedimentos bem-estabelecidos e conhecidos na asseguração.

“Isso inclui a examinação independente de, entre outras coisas, extensas declarações bancárias e de financiamento, dados em blockchain, contas de ouro, contratos e documentos financeiros e outros obtidos de terceiros”, disse Hoegner.

A stablecoin USDT da Tether é a maior do mundo, com mais de US$ 42 bilhões de fornecimento total em circulação. Tether “sempre foi completamente lastreada”, afirmou Hoegner.

O relatório de asseguração vem um mês após a Tether e sua empresa-irmã Bitfinex terem firmado um acordo com a Promotoria-Geral de Nova York (NYAG) sobre uma longa investigação que alega que a stablecoin USDT da Tether não era completamente lastreada.

Ambas as empresas pagaram US$ 18,5 milhões à NYAG para encerrar o caso e admitiram não terem agido de má-fé.

Como parte do acordo, Tether fornecerá relatórios trimestrais sobre suas reservas durante os próximos dois anos. Anteriormente, a empresa havia sido inconsistente em apresentar provas de suas reservas. Em janeiro de 2018, Tether dissolveu sua relação com a empresa de auditoria Friedman LLP.

Em julho daquele ano, a Tether publicou um relatório pela empresa de advocacia Freeh Sporkin & Sullivan LLP, certificando que havia reservas de dólar obtidas em um único dia.

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