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Trigo, soja e milho: Como as commodities fecharam setembro?

29 set 2023, 18:20 - atualizado em 29 set 2023, 18:20
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Três das principais commodities agrícolas fecham setembro com perdas (Imagem: Pixabay)

Soja, trigo e milho fecharam o último dia útil de um setembro negativo no vermelho. Três das principais commodities agrícolas ampliaram a queda vista em meses anteriores.

Colheitas ‘frescas’ no Hemisfério Norte e fortalecimento do dólar, em meio à retórica mais dura do Federal Reservesão dois dos fatores que contribuíram para o movimento de queda dos preços na Bolsa de Chicago (CBOT).

Confira abaixo os destaques.

Trigo

Os contratos futuros de trigo para entrega em dezembro fecharam a sexta-feira com queda de 6,43%. No mês, a retração chega a 10,05%, levando o preço abaixo dos US$ 5.5 por bushel; já no trimestre, o recuo na Bolsa de Chicago (CBOT) foi de 19,29%. Esta foi a quarta queda trimestral consecutiva.

Segundo analista de trigo na Safras & Mercados, Élcio Bento, o movimento de retração nos preços se deve à oferta abundante de trigo do Mar Negro, vindos da Rússia e da Ucrânia, e da Europa Ocidental, onde há destaque para a produção francesa.

“O Hemisfério norte, que colhe 90% de todo o trigo do mundo acabou de colher a safra agora. Essas origens tem trigo muito competitivo. Para concorrer com cereal dessas origens, as cotações nos EUA, mesmo com um quadro de oferta mais apertado, precisam se ajustar”, explica o analista.

Soja

Os contratos futuros de soja para entrega em dezembro recuaram 1,96%, marcando uma semana praticamente lateralizada nas negociações da commodity.

No acumulado de setembro, o preço da soja cai 6,85%, entrando em outubro com o preço abaixo dos US$ 12.8 por bushel, o que reflete uma importante ampliação de oferta.

Segundo Rafael Silveira, analista de trigo na Safras & Mercados, ressalta que o grande motor da queda de preços não decorre da  safra americana, onde os cortes de produção já foram absorvidos e precificados.

Na verdade, os mercados olham para como será a safra sul-americana, isto é, Brasil e Argentina. A estimativa é que o Brasil traga à mesa uma safra de 163 milhões de toneladas, 9 milhões de toneladas a mais do que o esperado.

Silveira pontua que a forte expectativa com a produção brasileira se conserva, mesmo diante da chegada do El Niño.

Segundo o analista, a tendência é que a “[Bolsa] de Chicago deve continuar caindo daqui em diante, conforme as safras se aproximam”.

Milho

Os contratos futuros de milho caíram para US$ 4.8 por bushel, após uma queda de 0,92%, devido à baixa demanda da China, que vem priorizando a importação brasileira. Durante o mês, o milho acumula uma queda de 2,41%.

Enquanto isso, a safra de milho dos Estados Unidos permaneceu abaixo dos 1.36 bilhões de bushels, abaixo da expectativa dos mercados, de acordo com os dados do Departamento de Agricultura dos EUA.

 

Estagiário
Jorge Fofano é estudante de jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. No Money Times, cobre os mercados acionários internacionais e de petróleo.
Jorge Fofano é estudante de jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. No Money Times, cobre os mercados acionários internacionais e de petróleo.
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