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Ucrânia X Rússia: Ações agro seriam as mais prejudicadas por possível conflito; veja a lista

12 fev 2022, 12:06 - atualizado em 12 fev 2022, 21:50
Escalada das tensões entre ocidente e Rússia cresce (Imagem: REUTERS/Dado Ruvic/Ilustração)

A escalada das tensões entre a Rússia e a Ucrânia, apoiada pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), segue em ritmo crescente.

Na última sexta, o assessor de segurança nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, disse que a Rússia tem tropas suficientes para conduzir uma operação contra a Ucrânia e um ataque pode vir a qualquer momento.

Sullivan afirmou, sem apresentar evidências, que a inteligência dos EUA acredita que o presidente russo, Vladimir Putin, pode ordenar uma invasão antes do final dos Jogos Olímpicos de Inverno em Pequim.

Além disso, houve a declaração do secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, que alertou para o “risco real de um novo conflito armado”.

As notícias derrubaram as bolsas no mundo inteiro, inclusive o Ibovespa, que fechou em pequena alta de 0,18%. Já o petróleo disparou, atingindo máximas em sete anos.

Neste sábado, o presidente Joe Biden informou que irá ligar para Vladimir Putin.

Quais as ações mais prejudicadas?

Pedro Serra, analista da Ativa Investimentos e colunista do Money Times, ressalta que a Ucrânia é um destaque da agricultura europeia há séculos.

Atualmente, o país é responsável pela produção de 13% do milho e 7% do trigo mundiais. A Ucrânia também é um dos maiores exportadores mundiais de outros grãos, como cevada e centeio.

Além disso, lembra, uma parte substancial das terras agrícolas ucranianas estão localizadas na região leste do país, justamente a posição mais vulnerável a um potencial ataque russo.

No Brasil, o aumento do preço do trigo, que já vem sendo impulsionado pelas notícias do conflito ucraniano, poderá afetar negativamente empresas listadas na bolsa.

M.Dias Branco (MDIA3), que depende da importação de trigo, assim como a Santa Amália, marca de massas e biscoitos recentemente adquirida pela Camil (CAML3), deverão sentir efeitos negativos advindos das altas do trigo, explica.

“Já a alta do milho, impulsionado pelo conflito ucraniano e a estiagem no sul do Brasil, pode ser favorável para empresas que produzem e exportam esses grãos, como a SLC Agrícola (SLCE3) e a Brasil Agro (AGRO3)”, diz.

Por outro lado, empresas compradoras de milho, como BRF (BRFS3), Seara (JBS) e AmBev (ABEV3), deverão sentir impactos negativos em seus resultados.

A crise ucraniana pode também desencadear efeitos no mercado de fertilizantes, que já sofre com alta dos insumos.

“Dessa forma, os potenciais impactos da crise da Ucrânia podem ter ramificações até mesmo na bolsa brasileira, afetando ações de alimentos (MDIA3, JBSS3, BRFS3, CAML3, ABEV3), com o aumento do custo dos insumos, e produtores agrícolas (SLCE3, AGRO3), com um efeito positivo, como o aumento do preço de milho, e um negativo, no caso do encarecimento dos fertilizantes”, conclui.

Com Reuters

Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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