Comprar ou vender?

Ultrapar (UGPA3) merece o benefício da dúvida após resultados do 2T23? Veja opinião de analistas

10 ago 2023, 13:18 - atualizado em 10 ago 2023, 14:38
Posto Ipiranga Ultrapar
Ultrapar reportou números pressionados por Ipiranga (Imagem: Youtube/Ipiranga)

A Ultrapar (UGPA3) figura entre os destaques negativos do Ibovespa nesta quinta-feira (10), após a companhia reportar uma contração de 48% no lucro líquido do segundo trimestre do ano ante mesmo período de 2022, de acordo com o relatório divulgado ontem à noite.

Por volta das 13h10, os papéis da Ultrapar recuavam 3,18%, negociados a R$ 18,56. Na mínima do dia até o momento, chegaram a cair mais de 6%.

Na avaliação do Bradesco BBI, os números do período vieram “ligeiramente” abaixo do esperado, com o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado de R$ 964,2 milhões vindo 5% menor que as expectativas.

“Essa frustração se deu, principalmente, pela margem mais fraca do que o esperado da Ipiranga (de R$ 80/m³, enquanto esperávamos R$ 87)”, explicam os analistas Vicente Falanga e José Cataldo, segundo relatório da Ágora Investimentos.

Apesar do recuo no Ebitda, o BBI destaca que a geração de caixa atingiu R$ 190 milhões, devido principalmente ao alívio do capital de giro. A dívida líquida, no entanto, subiu para R$ 8 bilhões

“A amortização do financiamento do fornecedor ofuscou esse alívio, impulsionada pelos cortes nos preços dos combustíveis”, afirma a instituição.

O BBI acrescenta que a margem Ebitda da Ultragaz foi mais uma vez um destaque importante nos resultados. No entanto, “a natureza recorrente desse nível de rentabilidade ainda está por ser vista”, ressalta.

Na avaliação do Inter Research, mesmo com Ultragaz e Ultracargo tendo apresentado uma boa performance, com evolução em receita, Ebitda e margens, “o ambiente mais competitivo e desafiador, com abundância de oferta no mercado de distribuição de combustíveis, sobretudo nas exportações, levaram a uma piora de margens para a Ipiranga, o que ofuscou os números do trimestre”.

A instituição acredita que tal cenário deve permanecer nos próximos trimestres, mas com sinais de alívio conforme as cadeias globais de oferta de combustíveis se normalizam.

Além do Ebitda ajustado de R$ 964 milhões, a Ultrapar apresentou lucro de R$ 238,7 milhões no segundo trimestre de 2023.

A receita líquida da companhia foi a cerca de R$ 29,6 bilhões, perda anual de 21% com efeitos principalmente de um menor faturamento da Ipiranga, como explicou a Ultrapar no balanço.

Além dos resultados trimestrais, a Ultrapar anunciou distribuição de R$ 273 milhões em dividendos.

UGPA3 vale a pena?

O BBI introduziu o preço-alvo ao fim de 2024 de R$ 23, maior que o patamar de R$ 18 para 2023. O aumento, explicou a corretora, se deve principalente ao início de um ciclo de afrouxamento monetário, “que permite a redução do peso das despesas financeiras na geração de caixa”.

Analistas veem a Ultrapar negociando atualmente a 14x o múltiplo P/L (preço sobre lucro) para 2023. Isso implica um prêmio de 27% frente ações da Vibra (VBBR3), o que parece exagerado, na avaliação da equipe.

O Inter, por outro lado, reiterou recomendação “neutra” para as ações, com preço-alvo de R$ 20 ao fim de 2024.

Enquanto isso, o Itaú BBA, que teve uma leitura mais “branda” dos resultados, classificando-os como “em linha com o esperado”, tem classificação de “outperform” e preço-alvo de R$ 18 ao fim de 2023.

Em nota ao Money Times, a empresa afirmou que:

“A Ultrapar registrou resultados do segundo trimestre menores em relação ao mesmo período do ano passado principalmente em função dos resultados da Ipiranga, apesar dos fortes resultados operacionais da Ultragaz e Ultracargo. A Ipiranga teve margens pressionadas pelas reduções de custos dos combustíveis ao longo do 2T23, com consequente perda de estoque, e por um pior ambiente comercial fruto da sobre oferta de produto importado e da maior produção local.”

Matéria atualizada em 10 de agosto de 2023, às 14h37, para incluir o posicionamento da Ultrapar.

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
Linkedin
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
Linkedin
Giro da Semana

Receba as principais notícias e recomendações de investimento diretamente no seu e-mail. Tudo 100% gratuito. Inscreva-se no botão abaixo:

*Ao clicar no botão você autoriza o Money Times a utilizar os dados fornecidos para encaminhar conteúdos informativos e publicitários.