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Usinas ‘adoçam’ mix e derrubam oferta de etanol; Petrobras (PETR4) e El Niño preocupam?

25 maio 2023, 15:32 - atualizado em 25 maio 2023, 16:19
Usina de cana-de-açúcar
Produção do biocombustível avançou 15,26% na comparação com o mesmo período do ano passado, enquanto açúcar disparou 50,43% (Imagem: REUTERS/Paulo Whitaker)

A moagem de cana, o mix de açúcar das usinas e a produtividade dos canaviais vieram muito acima das projeções do mercado, na visão de Marcelo Di Bonifácio, analista da StoneX.

“A moagem ficou muito acima da média, com quase 3 milhões de toneladas por dia, e com isso surge a dúvida: as usinas anteciparam a colheita com medo de um maior volume de chuvas por conta do El Niño ou é apenas uma questão de alta disponibilidade de cana? Acredito que seja um conjunto destes dois fatores”, comenta.

A notícia negativa para o etanol, segundo o analista, fica para o aumento do mix das usinas, que ficou em 48,4% para o açúcar e 51,6% voltado ao etanol nesta primeira quinzena.

“Esse é um grande baque para o biocombustível, com o açúcar pagando bem e a produtividade em alta. Com isso, você vê os preços na ICE Futures derretendo pela expectativa de que essa oferta que está apertada chegue ao mercado pelo Centro-Sul”, discorre.

No acumulado da safra, o mix é de 45,6% para o açúcar e 54,4% ao etanol.

Petrobras mexe com preços?

Na avaliação do analista, a Petrobras (PETR4) não afeta diretamente no trabalho das usinas. No entanto, a estatal pode ter dado maior incentivo para maximização do mix de açúcar.

“Vemos movimentos que mostram aumento no investimento de capacidade de produção de açúcar das usinas a partir do fim da política de paridade de importação (PPI) pela Petrobras e os cortes no preço da gasolina, o que faz com que o etanol perca competitividade, sendo que ele já está mais barato no comparativo com o açúcar”, explica.

Moagem de cana-de-açúcar

A moagem de cana-de-açúcar nas usinas do Centro-Sul do Brasil totalizou 43,98 milhões na primeira quinzena da safra 2023/2024, que começou em abril e se estende até março de 2024.

De acordo com a União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica), o volume representa um avanço de 28,25% na comparação com o mesmo período do ano passado.

No período, a produção de açúcar na primeira quinzena de maio totalizou 2,53 milhões de toneladas, aumento de 50,43% na comparação com o ciclo 22/23, enquanto a produção de etanol cresceu 15,26%, para 1,91 bilhão de litros.

Já a produtividade dos canaviais no mês de abril totalizou 83,7 toneladas de cana-de-açúcar por hectare colhido, acréscimo de 18,56% ante o mesmo intervalo da safra 22/23. Os dados são do Centro de Tecnologia Canavieira (CTC). 

Repórter
Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil, que cobre o ciclo da oleaginosa do plantio à colheita, e do Agro em Campo, programa exibido durante a Copa do Mundo do Catar e que buscava mostrar as conexões entre o futebol e o agronegócio.
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Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil, que cobre o ciclo da oleaginosa do plantio à colheita, e do Agro em Campo, programa exibido durante a Copa do Mundo do Catar e que buscava mostrar as conexões entre o futebol e o agronegócio.
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