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Usinas jogaram a toalha com o etanol e não correrão mais atrás da competição com a gasolina

24 set 2022, 8:47 - atualizado em 24 set 2022, 8:54
Combustíveis/Postos/Etanol
Gasolina segue em vantagem frente ao etanol com 13º corte semanal (Imagem: REUTERS/Marcelo Teixeira)

As grandes usinas de cana-de-açúcar, que dominam o maior volume de oferta do mix, e, portanto, são as formadoras de preços no mercado interno, praticamente jogaram a tolha com o etanol hidratado.

Não correrão mais atrás de buscar competitividade com a gasolina, como Money Times já vinha abordando.

Se havia ainda alguma dúvida disso, a segunda semana de aumento na porta da fábrica, na venda para as distribuidoras, deixou claro. No acumulado, subiu 0,85% (R$ 2,4022/l), sendo que de 12 a 16 cobraram 6,93% a mais, em levantamento do Cepea.

Pela lógica, não haveria de ter alta, pois a gasolina segue caindo mais nos postos.

O retrato, então, é mais ou menos este. Controla o consumo com preços, vende o que der, dentro do básico, e o que não vender vai ficando para formação de estoques para a entressafra, porque a ordem agora é terminar a safra produzindo mais açúcar.

Os dados da Unica relativos a agosto já apontaram essa tendência, como também maior produção de etanol anidro (misturado à gasolina).

Se as usinas seguissem cortando preços do hidratado, e as distribuidoras se alinhando, e fazendo o valor descer abaixo dos 70% de paridade com o combustível concorrente nas bombas, teriam que produzir menos açúcar.

O adoçante é mais vantajoso em preços, na cotação de Nova York – e ainda a oferta da safra da Índia (começa em outubro) demora um pouco mais para pressionar -, além do que não há garantia de que a gasolina perca a vantagem que ainda oferece para o motorista, desde o ICMS de 18% imposto pelo Congresso e as reduções da Petrobras (PETR4).

Mais ainda porque o petróleo, a US$ 86,65 ontem, um dos pisos mais baixos do ano, pré-guerra da Ucrânia, deverá sempre pressionar a estatal a rever os preços nas refinarias. A recessão global está aí pesando sobre a demanda.

Para concluir, a ANP registrou que, de segunda a sexta, o preço médio do litro de gasolina recuou pela 13ª semana, 1,81%, a R$ 4,88, enquanto o do etanol hidratado cedeu apenas 0,58%, para cerca de R$ 3,41 nos postos brasileiros.

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Repórter no Agro Times
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
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