Vale: alta do preço do minério de ferro deve compensar menor desempenho no curto prazo

Os dados de produção e venda da Vale (VALE3) não bateram as estimativas dos analistas. Embora uma queda sequencial já fosse esperada, o montante de minério de ferro produzido no primeiro trimestre do ano (68 milhões de toneladas) foi 6,7% menor do que o imaginado pela XP Investimentos e ficou 3% abaixo das projeções do Safra.

Os volumes de vendas da commodity atingiram 65,6 milhões de toneladas, também abaixo das expectativas.

Segundo a XP, os números mais fracos do que o esperado podem ser explicados pelos impactos sazonais mais fortes, os impactos negativos das manutenções programadas no S11D e o desempenho mais fraco em Itabira.

Apesar disso, a corretora manteve a recomendação de compra e o preço-alvo de R$ 122 para a ação da mineradora. Os analistas acreditam que a companhia está no caminho certo para entregar o guidance de produção de 2021, mantido em 315-335 milhões de toneladas. A expectativa de fortes dividendos para o ano (mínimo de 6% de rendimento) e a atratividade do valuation corroboram para a indicação.

“Acreditamos que uma potencial reação negativa do mercado possa ser compensada por uma alta dos preços de minério de ferro ao longo dos próximos pregões, com cenário de oferta ainda desafiador”, defenderam Yuri Pereira e Thales Carmo, autores do relatório divulgado pela XP ontem à noite.

O Safra manteve a recomendação de outperform (desempenho esperado acima da média do mercado), com preço-alvo para o fim de 2021 de R$ 98. O preço-alvo sugerido ao ADR (American Depositary Receipt) da empresa (VALE) é de US$ 18.

Para a instituição, os preços do minério de ferro vão ser o destaque dos resultados do primeiro trimestre da Vale.

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“Nós antecipamos preços realizados 29% maiores na comparação trimestral”, disse o analista Conrado Vegner.

A Vale deve divulgar seu balanço na próxima semana, dia 26.