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Vale (VALE3) abre setembro em disparada; ação que cai mais de 20% no ano volta a parecer atrativa a analistas

01 set 2023, 13:12 - atualizado em 01 set 2023, 13:12
Vale
Vale ganha impulso nesta sexta-feira (1º) com minério de ferro e recomendação de JP Morgan (Imagem: Vale)

As ações da Vale (VALE3) dão um gás nesta sexta-feira (1º), levantadas pelo otimismo dos mercados. O Ibovespa engata forte alta no pregão, inclusive, tendo como pano de fundo a divulgação de dados do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, que avançou 0,9% no segundo trimestre ante os três meses anteriores, acima do esperado.

Dados de emprego nos Estados Unidos em agosto vieram melhores que as projeções, mas houve aumento na taxa de desemprego e uma moderação no crescimento dos salários, o que ajudou a levantar as expectativas de uma postura menos agressiva por parte do Federal Reserve (Fed), o banco central do país, em relação aos juros.

Para completar, a atividade industrial na China tem superado as expectativas. O governo também segue em seu curso de reaquecer a segunda maior economia do mundo com anúncio de novos estímulos, principalmente no que diz respeito a medidas voltadas ao setor imobiliário em crise.

Os recentes esforços do governo chinês levaram o minério de ferro a uma nova alta semanal. Os contratos futuros de referência nas Bolsas de Dalian da China e Cingapura registraram a quarta semana seguida de ganhos, na esteira de avisos do banco central e do regulador financeiro da China de flexibilização de algumas regras de empréstimo.

Hoje, por volta das 13h, os papéis da Vale disparavam 4,67%, a R$ 68,12 cada. No ano, acumulam uma desvalorização em torno de 26%.

Hora de voltar a ficar otimista com China?

Os mercados parecem ter pesado um pouco além da conta o pessimismo com o ritmo de recuperação da China, avalia o BTG Pactual, em relatório divulgado no fim do mês passado.

De acordo com o banco, parece haver uma “clara desconexão” com os mercados físicos de matérias-primas, o que sugere que o ambiente está mais normalizado/apertado do que a narrativa.

“Realizamos uma série de reuniões com os executivos da Vale no exterior, e a mensagem principal foi: as condições de negócios na China permanecem normais, com nossas carteiras de pedidos lotadas para os próximos trimestres. Portanto, parece não haver ‘crise’ para as mineradoras aumentarem os volumes na China, apesar das manchetes negativas e da desaceleração nos indicadores de atividade”, afirma a instituição.

O Santander, em relatório de atualização de carteira mensal, reforçou sua visão positiva sobre os preços do minério de ferro a médio prazo, orientada pela restrição de oferta.

“Os persistentes desafios de suprimento (por exemplo, ramp-up da Vale, ESG em destaque, falta de novos projetos, entre outros) devem sustentar os preços do minério de ferro acima de US$ 100/tonelada por mais tempo”, comenta.

Potencial de VALE3

Diante de tamanho ceticismo, o BTG sugere que investidores construam lentamente posições em teses expostas a China. Dentro de mineração e siderurgia, Vale é a tese favorita da casa.

A Ágora Investimentos, que tem estimativas de preço do minério de ferro de US$ 110 a tonelada em 2023 e de US$ 100 em 2024, deixa um pouco a China de lado e foca em outros fatores relacionados à tese de investimento da mineradora – muitos aparentemente em ponto de inflexão.

“Mantemos uma visão positiva para VALE3, além do preço-alvo de R$ 92 inalterado, pois vemos a ação sendo negociada próxima de 4 vezes o múltiplo EV/Ebitda (valor da empresa sobre Ebitda) para 2024, considerando o minério de ferro a US$ 100, o que nos parece minimamente conservador.

De acordo com a Ágora, a Vale é negociada com um desconto de mais de 25% em relação aos pares internacionais, como BHP e Rio Tinto.

Contribuindo para a escalada das ações nesta sexta, o JP Morgan elevou a recomendação das ações para “overweight”, equivalente a “compra”.

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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