Mercados

Vale (VALE3) chega ao 6º pregão seguido de alta; quanto a ação ainda pode subir?

03 nov 2023, 18:13 - atualizado em 03 nov 2023, 18:13
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Vale quebrou a barreira dos R$ 70; ação está em seu sexto pregão seguido de alta (Imagem: REUTERS/Paulo Whitaker)

A Vale (VALE3) marcou o seu sexto pregão consecutivo de alta nesta sexta-feira (3). Dessa forma, a semana foi muito positiva para a mineradora na Bolsa, uma vez que ela registrou um ganho acumulado de 5,44%. Atualmente, a ação é cotada a R$ 71,25.

Os papéis da mineradora voltaram a subir no pós-feriado, impulsionadas pelo suporte dos preços do minério de ferro negociados na Ásia. Em meio a expectativas renovadas com estímulos adicionais por parte da China, seu principal mercado consumidor do mundo, a commodity registrou a segunda semana seguida positiva.

O contrato do minério de ferro mais negociado em Dalian para janeiro atingiu nesta sexta os US$ 126,38 a tonelada. Durante a sessão, chegou a tocar o maior nível desde março.

Em Cingapura, a matéria-prima siderúrgica mostrou menos reação hoje, mas acabou marcando US$ 122,50 a tonelada e conseguindo fechar a semana no azul.

Mercado está mais otimista

As ações da Vale têm custado a subir em 2023. Entre as blue chips, a companhia foi destaque negativo no primeiro semestre do ano, penalizada por preços menores da commodity de referência e por resultados que frustraram as expectativas do mercado.

Bruna Sene, analista da Nova Futura Investimentos, levanta que, olhando para o momento de preço dos papéis da Vale, a empresa tem oscilado entre R$ 62 e R$ 70 desde abril, mostrando uma volatilidade que se limita apenas a essa faixa.

Já Apolo Duarte, head de renda variável e sócio da AVG Capital, lembra que essa é a terceira vez no ano que a ação da Vale vai para a região dos R$ 70. Nas duas últimas vezes, ela tocou esse patamar de preço e voltou.

Fato é que analistas do mercado estão mais otimistas com a tese da Vale. Para o minério de ferro, a Ativa Investimentos, por exemplo, acredita que os preços devem continuar perto da faixa atual, entre US$ 100-120, ou até ultrapassando um pouco esse patamar. Isso porque a produção de aço chinesa segue forte, e a perspectiva é de que essa tendência continue.

“Dificilmente, nos próximos meses, veremos uma derrapada tão grande nesses números”, diz o analista Ilan Arbetman.

Arbetman acrescenta outro fator positivo, que é a entrega de melhores resultados. Embora ainda baixos, os prêmios registraram melhora, defende o especialista.

Além disso, a queda no custo caixa do segundo trimestre do ano para o terceiro mostra que a companhia está caminhando para atender seu guidance para 2023.

“A gente vai ter que ver uma nova queda nesse custo no quarto trimestre. É um ponto que traz um nível de expectativa para o mercado, porque não compete à dinâmica de preços, mas à própria Vale. É algo que teremos que ver”, destaca.

Ação ainda pode disparar?

Mesmo com a melhora de perspectiva para Vale, analistas se dividem em relação ao potencial dos papéis da mineradora.

A recomendação da Ativa para VALE3 ainda é neutra. O analista cita alguns riscos aos papéis da mineradora. Além da China, existe o peso dos provisionamentos para tese, principalmente caso a empresa tiver decisão desfavorável no caso da Samarco.

Enquanto isso, na visão da Daycoval Asset, a Vale não parece muito barata, negociando pouco abaixo da média histórica (4 vezes valor da empresa/Ebitda vs. 4,5 vezes).

Anand Kishore, gestor de renda variável, e Eduardo Souza, analista de commodities, destacam que a dinâmica de oferta e demanda do mercado é complexa. Segundo os especialistas do banco, do ponto de vista de oferta, as grandes mineradoras não têm aumentado a capacidade. Por outro lado, a demanda também não tem crescido muito.

Seguindo linha parecida, o Bank of America está “neutro” com a companhia. O valuation parece justo e a postura para o minério de ferro ainda é de cautela, segundo o banco.

Do lado dos compradores, uma das principais justificativas é o fato de a companhia ser uma vaca leiteira. A companhia anunciou recentemente a distribuição de R$ 2,33 por ação em dividendos e juros sobre o capital próprio (JCP), além de um novo programa de recompra de ações.

“Acreditamos na possibilidade de distribuição de dividendos extraordinários em 2024, com os US$ 2,4 bilhões que a Vale deve manter em caixa após a venda da participação minoritária da unidade de metais básicos. Caso isso aconteça por meio de dividendos, vemos o nosso dividend yield indo para 14,7% ao fim de 2024″, destaca a equipe de análise da Genial Investimentos, após o balanço do terceiro trimestre.

“Reforçando ainda mais o seu papel como uma vaca leitera, com foco no retorno aos seus acionistas, ainda tivemos um novo plano de recompra de ações anunciado, depois de completar o plano anterior, adquirindo até 150 milhões de ações do free float, com vigência de até 18 meses”, completa.

A Genial recomenda comprar a ação e tem preço-alvo de R$ 82,50.

Para o BTG Pactual, que continua vendo a Vale como um dos melhores nomes para se expor à reaceleração da economia chinesa, a ação merece classificação de compra e pode subir ainda mais. O alvo sugerido pelo banco é de R$ 96, o que implica um potencial de valorização de 36,5% sobre o preço atual.

O BB Investimentos vê a ação podendo chegar nesses níveis também, com alvo em R$ 94.

*Com informações da Reuters

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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