Na mira dos estrangeiros: As ações que dominam o jogo da Bolsa em 2025

As ações da Vale (VALE3), Itaú Unibanco (ITUB4) e Banco do Brasil (BBAS3) lideraram as negociações entre investidores estrangeiros no primeiro semestre de 2025, segundo levantamento da plataforma DataWise+, uma solução da B3 em parceria com a Neoway.
O predomínio dessas ações no radar dos estrangeiros não é por acaso. A escolha reflete a busca por empresas que combinam alta liquidez, solidez institucional e atuação em setores estratégicos da economia nacional, como commodities e serviços financeiros.
A Vale, gigante do minério de ferro com atuação global, o Itaú, principal banco privado do país, e o Banco do Brasil, instituição com forte presença no crédito rural e agronegócio, oferecem uma combinação de geração robusta de caixa, distribuição consistente de dividendos e exposição internacional que atrai quem busca segurança e rentabilidade em um cenário de volatilidade.
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Além delas, completam o top 5 as ações da própria B3 (B3SA3), que administra a Bolsa, e a Petrobras (PETR4). Ambas refletem o interesse dos estrangeiros em papéis que apresentam volume expressivo e que estão diretamente ligados às forças motrizes da economia brasileira.
Confira a lista completa:
- Vale – VALE3
- Petrobras (PN) – PETR4
- Itaú Unibanco (PN) – ITUB4
- B3 – B3SA3
- Banco do Brasil – BBAS3
- Bradesco (PN) – BBDC4
- Ambev – ABEV3
- Petrobras (ON) – PETR3
- JBS – JBSS3
- WEG – WEGE3
Vale destacar que a JBS deixou a bolsa de valores brasileira para abrir capital na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE) e opera agora apenas via BRDs — Brazilian Depositary Receipts, sob o código JBSS32.
Estrangeiros dominam negociações e movimentam R$ 26 bilhões no ano
No acumulado até 10 de julho de 2025, investidores estrangeiros foram responsáveis por aproximadamente 58% do total negociado na Bolsa brasileira. Segundo dados da própria B3, o saldo líquido dessas operações atingiu R$ 26,3 bilhões, demonstrando uma recuperação em relação a 2024, que foi marcado por saídas líquidas de capital.
O fluxo positivo foi especialmente puxado por meses como maio, quando o ingresso líquido foi de R$ 10,6 bilhões, e junho, com R$ 5,3 bilhões em entradas. Mesmo diante de momentos pontuais de retirada, como abril (-R$ 2,5 bilhões) e início de julho (-R$ 570 milhões), os investidores estrangeiros seguem com atuação dominante, mas seletiva, moldando sua carteira conforme o cenário brasileiro — influenciado por juros, câmbio e riscos políticos e fiscais.
Este movimento ocorre também em um contexto global desafiador, marcado por juros elevados e incertezas com a guerra tarifária. Em 2024, a combinação de aversão ao risco e políticas comerciais mais duras nos Estados Unidos afastou o capital externo do Brasil. Agora, o fluxo positivo indica uma mudança na percepção sobre o mercado brasileiro.
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O UBS Wealth Management destaca que os fundos de mercados emergentes estão com a maior exposição ao Brasil em 20 anos, enquanto fundos globais migraram de uma postura abaixo da média para neutra ou levemente acima.
Além disso, o Morgan Stanley estima que o valor já injetado representa apenas 10% do potencial fluxo de entrada para o Brasil. Nas contas do banco, os investidores estrangeiros podem adicionar ainda até US$ 40 bilhões — o que corresponde a um pouco mais de R$ 200 bilhões — no mercado brasileiro.