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Vale (VALE3) volta aos R$ 100? Veja o que impede uma forte valorização das ações

15 set 2022, 16:34 - atualizado em 15 set 2022, 16:34
Vale
Embora novas quedas possam acontecer, a ação da Vale não deve cair muito mais, avalia analista (Imagem: REUTERS/Washington Alves)

No primeiro semestre de 2022, mineradoras e siderúrgicas aproveitaram um novo rali com os preços do minério de ferro, mas preocupações com a retomada da economia chinesa jogaram as ações para baixo e estão limitando uma recuperação mais consistente do setor.

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Atualmente, a ação da Vale (VALE3) é negociada perto dos R$ 70. Considerando que o papel chegou a ser negociado acima dos R$ 100 em março, houve uma forte correção nos preços ao longo dos últimos meses.

A Vale pode voltar a atingir os R$ 100? Analistas acreditam que sim.

Henrique Tavares, analista da DVInvest, diz que isso é possível, mas não é tarefa fácil. Além da retomada do minério de ferro, os juros teriam que retroceder e a pressão inflacionária diminuir, afirma.

O especialista acredita que, embora novas quedas possam acontecer, a ação da Vale não deve cair muito mais.

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Na avaliação de Tavares, a empresa é negociada com preços de minério muito abaixo dos preços que são negociados, perto de US$ 100 a tonelada.

“O valuation da Vale que vemos hoje é algo perto de US$ 60 a tonelada do minério de ferro. Não é um valuation justo”, comenta.

Dado o alto nível de desconto com que o papel é negociado, Tavares enxerga a Vale como um negócio atrativo.

Régis Chinchila e Luis Novaes, analistas da Terra Investimentos, afirmam que apresentar bons resultados também é um catalisador importante para que as ações voltem a subir e cheguem próximas dos R$ 100.

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“Além do cenário favorável, a empresa deve apresentar bons resultados, até porque os dividendos são relevantes para atrair o fluxo comprador para o ativo”, reforçam.

Por outro lado, os analistas ressaltam que a ação da Vale está mais barata em relação aos pares internacionais, o que indica que o movimento de baixa pode estar terminando.

Chinchila e Novaes destacam que o valor atual do papel “não traduz os resultados registrados recentemente”.

Precisa destravar valor

Para a analista-chefe do Inter Research, Gabriela Joubert, para que a Vale seja negociada acima dos R$ 100, ela precisaria ter “vários destraves de valor”, sendo o principal a retomada da produção siderúrgica na China.

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A visão de Joubert é mais cautelosa para a recuperação da economia chinesa. Para a analista, os estímulos do governo não devem mudar a situação do setor imobiliário no país.

“A crise é mais profunda. A gente vê, desde o ano passado, uma política de inibição do capital especulativo no setor imobiliário”, ressalta.

Além disso, apesar do bom crescimento esperado para metais básicos – com a demanda impulsionada por importantes drivers, como a transição energética para combustíveis não-fósseis -, a operação ainda tem seus desafios.

“Para o curto prazo, não vai destravar tanto valor”, diz Joubert.

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O primeiro desafio está relacionado à estabilidade e confiabilidade das operações da Vale, principalmente após os problemas reportados nas unidades nos últimos trimestres.

O segundo desafio, ainda mais complexo, é fazer com que o futuro de transição energética chegue da maneira como se espera.

De acordo com Joubert, muito da tese atual de investimentos em metais básicos parte do pressuposto de que a demanda deverá embutir preços mais elevados a produtos premium, como o Níquel Class I da Vale, tornando as operações mais rentáveis.

Porém, os acontecimentos recentes (Covid-19, guerra na Europa e choques de oferta) geraram um desbalanceamento na estrutura mundial de oferta e demanda, em especial para commodities.

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“Choques como estes atrasam a evolução esperada para o cenário promissor apresentado”, destaca Joubert.

No longo prazo, a unidade pode chegar a 30% do Ebitda da companhia, completa a analista-chefe do Inter.

Comprar ou não a ação?

Agora existe risco maior ao entrar no papel da Vale, diz analista-chefe do Inter (Imagem: REUTERS/Yusuf Ahmad)

Apesar de projetar mais volatilidade para a ação, Joubert ainda vê a Vale como uma ação interessante para o investidor que está pensando em dividendos, dado o caixa robusto da companhia.

“Agora, precisa considerar que existe um risco maior ao entrar em um papel como esse”, pondera a analista. O Inter tem recomendação neutra para a Vale, com preço-alvo de R$ 83.

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Considerando o cenário econômico global ruim, que impacta a demanda por certos materiais básicos, incluindo o minério, a Terra recomenda procurar segurança em setores mais estáveis ou menos expostos ao exterior.

Já o Bradesco BBI, na esteira da recuperação recente das vendas de aço para a construção e a indústria na China, está confiante de que a atividade de construção chinesa continuará melhorando sazonalmente nas próximas semanas.

O BBI segue com recomendação de compra para a Vale, além de outros nomes do setor, como Gerdau (GGBR4), Usiminas (USIM5), CSN (CSNA3) e CSN Mineração (CMIN3).

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Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
diana.cheng@moneytimes.com.br
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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