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Vem aí uma safra crucial de balanços, mas, não sofra com os números, diz XP

22 abr 2020, 16:40 - atualizado em 22 abr 2020, 16:40
Consumo Coronavírus Máscara
Infecção: pandemia jogou a economia na lona, com suspensão de atividades não essenciais (Imagem: Agência Câmara/Ricardo Stuckert)

Nesta semana, começa a temporada de divulgação de balanços do primeiro trimestre, e os números serão uma amostra de como a pandemia do coronavírus atravessou o caminho das empresas. Mas, agora, o melhor é você não sofrer com os resultados e focar no que os executivos dirão sobre o futuro.

A recomendação é de Fernando Ferreira, estrategista-chefe da XP Investimentos. “Os números reportados pelas empresas talvez importem menos que o normal nesse trimestre”, afirma, em relatório enviado aos clientes.

O motivo é que as medidas de isolamento social foram adotadas apenas no fim de março, quando o trimestre estava praticamente encerrado. “Assim, várias empresas não terão impactos tão relevantes nesse período”, acrescenta. Para Ferreira, o maior choque virá nos números do segundo trimestre (abril a junho).

Ouvidos abertos

É por isso que, para o analista, mais importante do que as empresas divulgarão nos próximos dias, é o que dirão os executivos nas teleconferências com o mercado.

É delas, que pode partir dicas importantes sobre como o coronavírus afeta a economia real, à medida que os casos de contágio e as mortes aumentam.

Entre os pontos que merecem atenção especial dos investidores neste momento, estão os reflexos diretos e indiretos da pandemia sobre as empresas, suas estratégias para preservar caixa, eventuais suspensões do pagamento de dividendos, dívidas de curto prazo e medidas para renegociá-las, expectativas para o segundo trimestre e os efeitos práticos das medidas anunciadas pelo governo para socorrer a economia.

Aeroporto
Pouso de emergência: companhias aéreas serão as mais afetadas, diz XP (Imagem: REUTERS/Rahel Patrasso)

Ainda assim, alguns setores já devem divulgar resultados mais prejudicados pelo coronavírus. O setor aéreo é o mais afetado pela crise, segundo a XP Investimentos. É bom lembrar que as companhias de aviação tentam destravar uma ajuda bilionária do BNDES para tocar seu dia a dia.

Ainda nessa linha, as locadoras de automóveis também devem apresentar resultados “relevantes”, bem como as concessionárias de rodovias. Relevante, neste caso, significa provável queda do mercado em que essas empresas atuam.

Salve-se, quem puder

O setor de varejo e shopping centers também sente na pele a situação. Com lojas fechadas, a única válvula de escape é o e-commerce. Por isso, a XP Investimentos considera que haverá uma “grande dispersão” de resultados, de acordo com o tipo de produto que as varejistas comercializam (essencial ou discricionário), e com sua força nas vendas online.

Os bancos, por sua vez, trarão impactos “modestos”, mas os analistas prestarão atenção no aumento das provisões para inadimplentes, a evolução dos spreads das operações, e a efetividade das medidas anunciadas pelo Banco Central para injetar liquidez na economia.

Já os produtores de commodities servirão de janela para o mercado entender como anda a situação da China, maior compradoras de matérias primas, insumos e produtos agrícolas do Brasil. Os analistas querem saber se, de fato, os chineses retomaram as atividades e com que intensidade.

Por fim, o setor de saúde “deve ser acompanhado de perto pelos investidores”, já que o coronavírus é, sobretudo, uma crise de saúde em escala global.

Diretor de Redação do Money Times
Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
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Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
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