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Vendas de adubos devem cair 4% em 2022 no Brasil por alta no custo, diz MacroSector

19 maio 2022, 19:40 - atualizado em 19 maio 2022, 19:40
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Observou que o preço médio projetado dos fertilizantes para 2022 é de 750 dólares a tonelada (Imagem: REUTERS/David Mercado)

As vendas de fertilizantes no Brasil deverão cair 4% em 2022 ante o ano passado, para 44 milhões de toneladas, com uma disparada dos preços dos adubos reduzindo o apetite dos agricultores brasileiros, afirmou o sócio-diretor da consultoria MacroSector à Reuters, Fabio Silveira, nesta quinta-feira.

Ele observou que o preço médio projetado dos fertilizantes para 2022 é de 750 dólares a tonelada, 130% maior do que o de 2021, em meio a preocupações com a oferta devido à guerra na Ucrânia e com o aumento do valor de matérias-primas como o gás, utilizado na produção de adubos nitrogenados.

“As vendas domésticas vão cair. Não tem como”, disse Silveira, ao ser questionado sobre os motivos.

A redução nas entregas de fertilizantes em 2022 deverá ocorrer, segundo a MacroSector, após um resultado recorde em 2021, de 45,86 milhões de toneladas, quando o mercado aumentou em 13% ante 2020.

Ele explicou que os mercados de commodities agrícolas não estão tão remuneradores como ano passado, quando houve aumento de rentabilidade muito significativo do produtor brasileiro.

Potássio Fertilizantes
Já a produção brasileira de fertilizantes deve aumentar para 7,6 milhões de toneladas, versus 6,99 milhões em 2021 (Imagem: Pixabay/ CatKosianok)

“Esse aumento que teve no ano passado é o que vai ajudar o produtor este ano, a ter um volume de compra (de fertilizante) satisfatório para poder ter um desempenho também satisfatório do negócio em 2023”, disse.

“O produtor está comprando fertilizante agora com vistas à produção e comercialização ao ano que vem”, afirmou, em referência à próxima safra de grãos, com plantio a partir de setembro de 2022.

A MacroSector apontou ainda que os estoques iniciais de fertilizantes em 2022 somaram 7,27 milhões de toneladas, 1 milhão acima de 2021, um colchão razoável para enfrentar um ano de preocupações com oferta.

Já a produção brasileira de fertilizantes deve aumentar para 7,6 milhões de toneladas, versus 6,99 milhões em 2021.

As importações do Brasil, que devem atingir mais de 85% das vendas no país em 2022, estão estimadas em cerca de 37,5 milhões de toneladas, recuo de 4,5% ante 2021, quando atingiram patamares históricos acima de 39 milhões de toneladas.

A MacroSector também avalia que, apesar das preocupações do mercado com a oferta, o Brasil deverá terminar 2022 com estoques finais de aproximadamente 7 milhões de toneladas de fertilizantes, próximos aos de 2021, quando atingiram os maiores níveis desde pelo menos 2017.

“Está havendo uma antecipação de compras com medo de faltar o produto lá na frente, só que com esse preço é muito difícil manter o mesmo ritmo de compra, se o preço da soja ainda estivesse explodindo…”, disse.

As importações de fertilizantes químicos foram crescentes no primeiro quadrimestre e seguem mais fortes no acumulado de maio, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), que apontam aumento de 33% na média diária de desembarques no início do mês ante 2021.

Mas o consultor vê um ajuste para baixo das importações no segundo semestre, “porque não dá pra continuar comprando um produto que tem relação de troca desfavorável, porque o preço agrícola não tem subido”.

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