Internacional

Venezuela X Guiana: Navio de guerra britânico chega hoje (29) à região, sob ameaças de Maduro

29 dez 2023, 12:08 - atualizado em 29 dez 2023, 12:08
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Mar revolto: HMS Trent, navio de guerra do Reino Unido, chega hoje à Guiana, para dor de cabeça de Nicolás Maduro, ditador da Venezuela (Imagem: Twitter/ Royal Navy)

O navio de guerra HMS Trent, do Reino Unido, deve chegar à costa da Guiana nesta sexta-feira (29), em meio à escalada das ameaças do ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, que mobilizou mais de 5.600 soldados, em resposta ao que considera “uma ameaça inaceitável”.

Ontem, Maduro conduziu exercícios militares na costa do Estado venezuelano de Sucre, também situado no Mar do Caribe. Ao mesmo tempo, seu ministro das Relações Exteriores, Yvan Gil, atacou duramente o envio do navio-patrulha britânico à região.

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Venezuela x Guiana: Maduro ameaça retaliar navio de guerra do Reino Unido

Em comunicado divulgados pelas redes sociais, Gil classificou o caso como “um ato de provocação hostil”. O comunicado de Caracas prossegue com duras críticas ao que considera uma “intromissão” de “potências militares” numa “controvérsia territorial”, citando explicitamente o Reino Unido e os Estados Unidos.

A nota da chancelaria termina num claro tom de ameaça, ao afirmar que a Venezuela “se reserva todas as ações, dentro da estrutura de sua constituição e do Direito Internacional, para defender a integridade territorial e marítima de seu terra-natal.”

O envio do HMS Trent à costa da Guiana foi anunciado na véspera do Natal, em meio ao acirramento da disputa de fronteiras envolvendo os dois países sul-americanos. Embora a Venezuela reivindique o território de Essequibo desde o século XIX, as investidas de Maduro recrudesceram nos últimos meses, após a descoberta de grandes reservas de petróleo em seu mar territorial.

No começo de dezembro, um representante da chancelaria britânica visitou a Guiana, ex-colônia do Reino Unido e membro da Commonwealth. O deslocamento do HMS Trent à região é visto como o primeiro recado concreto dos britânicos aos venezuelanos.

Assista ao exercício militar conduzido por Maduro na costa da Venezuela ontem (29):

De qualquer modo, o Reino Unido procura abaixar a temperatura na região, e minimiza a presença de seu vaso de guerra. Segundo a agência de notícias EFE, ontem (28), um porta-voz do governo de Londres afirmou que o HMS Trent realizará apenas “uma série de manobras de rotina na região.”

Apesar disso, a mesma fonte acrescentou à EFE que seu governo trabalha para “evitar uma escalada” do conflito, e chamou de “injustificadas” as ações de Maduro. “As ações da Venezuela contra a Guiana são injustificadas e deveriam cessar”, afirmou o porta-voz à EFE.

Já a imprensa venezuelana, praticamente toda controlada por Maduro, segue tratando a chegada do navio de guerra como uma agressão à soberania do país.

O El Universal, um dos maiores jornais da Venezuela, traz uma extensa matéria, hoje (29), com declarações da vice-presidente Delcy Rodríguez. Segundo Rodríguez, o “comportamento ameaçador” do Reino Unido contra o país “terá uma resposta oportuna e legítima”.

A Guiana, por sua vez, afirma que não há planos de atacar a Venezuela, nem de que o HSM Trent aporte em Georgetown, sua capital.

Venezuela x Guiana: Maduro ordena exercícios militares

Ontem, Maduro ordenou a realização de exercícios militares no litoral de Sucre, no Mar do Caribe, envolvendo tropas do Exército, Marinha e Aeronáutica. Maduro anunciou as manobras em um pronunciamento em rede nacional de rádio e televisão, elevando as tensões com a Guiana.

Segundo o jornal argentino La Nación, Maduro classificou os exercícios militares como “uma ação conjunta de caráter defensivo e como resposta à provocação e à ameaça do Reino Unido contra a paz e a soberania” da Venezuela.

Diretor de Redação do Money Times
Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
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