Relações Internacionais

Sossega, Maduro: Guiana será protegida por navio de guerra HMS Trent, do Reino Unido

24 dez 2023, 14:31 - atualizado em 24 dez 2023, 14:33
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A postos: HMS Trent, do Reino Unido, dificulta ainda mais invasão da Guiana pela Venezuela de Maduro (Imagem: Divulgação/ Royal Navy)

Está cada vez mais difícil para o ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, invadir a Guiana para anexar o território de Essequibo. Neste domingo (24), o Reino Unido informou que enviará um de seus navios de guerra, o HMS Trent, para a costa guianesa no fim do mês.

Segundo a agência de notícias Reuters, o anúncio é o primeiro sinal concreto de envolvimento britânico na disputa de fronteiras, após a visita de um representante da chancelaria do Reino Unido à Guiana no início de dezembro. Os laços entre os dois países são fortes, já que a Guiana integra a Commonwealth, comunidade composta pelos britânicos e por suas ex-colônias.

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“O HMS Trent visitará a Guiana, aliada regional e parceira da Commonwealth, no final deste mês, como parte de uma série de compromissos na região durante a implantação da Tarefa de Patrulha do Atlântico”, disse um porta-voz à Reuters.

O HMS Trent é um navio-patrulha da classe River, desenvolvido inicialmente para patrulhar o Mar Mediterrâneo, como parte da contribuição britânica à OTAN (Organização dos Países do Atlântico Norte). Com o tempo, contudo, suas missões foram ampliadas para combate ao terrorismo, pirataria e tráfico de drogas, proteção de navios pesqueiros e guarda costeira.

Cada navio da classe River opera com uma tripulação de 28 a 30 pessoas e é equipado com metralhadoras de 30 milímetros, e canhões capazes de realizar 1 mil disparos por minuto, com alcance de mais de 2 quilômetros.

Venezuela x Guiana: Maduro tem poucas opções para invadir Essequibo

O envio do navio-patrulha HMS Trent à costa da Guiana é mais um revés nos planos de Maduro de anexar Essequibo. Embora a Venezuela reivindique a região desde o século XIX, a temperatura subiu nos últimos meses, alimentada, de um lado, pela descoberta de grandes reservas de petróleo no mar da Guiana, e, de outro, pela aproximação de uma nova eleição presidencial venezuelana no ano que vem.

Com mais de 700 quilômetros de extensão, a fronteira entre Venezuela e Guiana é considerada uma região de difícil acesso para movimentação de tropas e veículos de combate, já que é formada por uma densa floresta tropical. A opção mais viável para uma invasão terrestre seria atravessar o Estado brasileiro de Roraima, que faz divisa com os dois países e conta com boas estradas.

Mas os reiterados sinais do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que já disse não querer “confusão” dos vizinhos, e do ministro da Defesa, José Múcio, que rechaçou qualquer chance de deslocamento de tropas venezuelanas pelo território brasileiro, bem como o reforço da presença do Exército na região, tornam esta opção bastante arriscada para Maduro.

Sobraria, então, uma invasão por mar, também considerada de difícil implementação por militares brasileiros. A costa guianesa possui uma topografia desfavorável, bem como densas florestas. Além disso, a Marinha de Maduro é considerada sua força mais sucateada. Na dúvida, contudo, a presença do navio de guerra do Reino Unido servirá como mais uma garantia de que o ditador venezuelano não tentará nenhuma loucura.

(Com informações da Reuters)

 

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Diretor de Redação do Money Times
Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
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