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Via (VIIA3): Com 1T22 melhor do que o esperado, é hora de a ação se recuperar?

10 maio 2022, 12:04 - atualizado em 10 maio 2022, 12:04
Casas Bahia, Via Varejo VVAR3
BTG tem preço-alvo de R$ 8 para a ação da Via, enquanto o BB aponta R$ 4,7. (Imagem: YouTube/Casas Bahia)

Após a Via (VIIA3) reportar um balanço melhor do que o esperado, as ações da varejista não devem encontrar espaço para recuperar parte das perdas de 48% só neste ano, avaliam analistas.

O motivo para a ação operar perto das mínimas segue o mesmo: inflação e juros em alta, dizem os especialistas. Por volta das 11h40, VIIA3 ainda caía 0,37%, a R$ 2,68.

A empresa teve lucro líquido contábil de R$ 18 milhões no primeiro trimestre de 2022, queda de 90% ante mesmo período do ano passado. Analistas consultados pela Bloomberg esperavam um prejuízo de R$ 112 milhões.

Para o Bradesco BBI, os resultados da Via foram mistos porque o lucro líquido ficou “apenas um pouco acima do ponto de equilíbrio” e o crescimento do volume de vendas (GMV), de 3% em base anual, foi abaixo do Mercado Livre (+23%) e Americanas (BBI +18% em base anual).

O desempenho da Via em volume de vendas em parte reflete a maior exposição à categoria de eletrônicos e eletrodomésticos. Para alcançar a margem Ebitda acima do esperado, de 9,1%, a Via reduziu o opex, com menor número de lojas, e aumentou as taxas de participação do marketplace.

“A principal questão que se coloca é até que ponto a Via será capaz de reacelerar o crescimento no final do ano, ou em 2023, mantendo os níveis atuais de rentabilidade do Ebitda”, diz trecho do relatório assinado por Richard Cathcart e Flávia Meireles.

O Bradesco BBI pontou que há pouco apetite entre os investidores nas condições atuais do mercado para comprar ações de crescimento, de comércio eletrônico, “principalmente quando o crescimento é baixo e as taxas de juros são altas, mesmo que as avaliações pareçam deprimidas”.

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Estrutura da capital da Via

O BB Investimentos chamou a atenção para o fato de a Via ter mantido a maior parte da melhora registrada no quarto trimestre no perfil da dívida, com 69% da dívida vencendo no longo prazo.

A porcentagem, somada às ações trabalhistas e de crédito em linha com o previsto pela empresa (saída total de caixa de R$ 392 milhões no 1T22), reforçam os esforços para administrar o passivo e preservar a estrutura de capital, diz o banco.

Outro ponto elencado pelo BB Investimentos é a estratégia ativa de monetização de crédito da empresa, com R$ 308 milhões no 1T22, segundo relatório assinado por Thiago Macruz e equipe.

Comprar ou vender?

Analistas seguem em parte com recomendação “neutra” para os papéis VIIA3. O BTG Pactual disse que uma reclassificação do papel dependerá da monetização de créditos fiscais e de uma recuperação sustentável do tráfego de pessoas nas lojas.

O banco ainda cita como fator importante o desempenho do comércio eletrônico (especialmente sólido progresso em novas categorias em sua divisão de marketplace) e a monetização pelo volume de vendas.

Isso, diz, seria fundamental para a alavancagem financeira e operacional da empresa nos próximos trimestres. O BTG tem preço-alvo de R$ 8 para a ação da Via, enquanto o BB aponta R$ 4,7.

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Editor
Jornalista formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), com MBA em finanças pela Estácio. Colaborou com Gazeta do Povo, Estadão, entre outros.
kaype.abreu@moneytimes.com.br
Jornalista formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), com MBA em finanças pela Estácio. Colaborou com Gazeta do Povo, Estadão, entre outros.