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Via (VIIA3) supera Magazine Luiza (MGLU3) e tem maior alta do Ibovespa na semana; o que fazer com as ações?

18 mar 2023, 17:24 - atualizado em 18 mar 2023, 17:24
Casas Bahia Via Varejo
Via lidera altas do Ibovespa na semana, mesmo após reportar prejuízo no quarto trimestre de 2022 (Imagem: Flávya Pereira/Money Times)

Com uma valorização de 14,8%, as ações da Via (VIIA3) foram o destaque positivo do Ibovespa na semana. O desempenho superou até os ganhos do rival Magazine Luiza (MGLU3), que subiu cerca de 11% no período.

Empresa Ticker Valorização (%)
Via VIIA3 14,84
Ecorodovias ECOR3 14,67
MRV MRVE3 12,91
Petz PETZ3 12,42
Magazine Luiza MGLU3 11,18

A semana de ganhos chega após a divulgação de uma nova leva de resultados. No quarto trimestre de 2022, tanto Via quanto Magazine Luiza reportaram prejuízo, sendo que a dona da Casas Bahia e do Ponto apresentou perdas contábeis de R$ 163 milhões, ante lucro de R$ 29 milhões nos últimos três meses de 2021.

Apesar do resultado negativo, a Via conseguiu entregar alguns sinais encorajadores, como a melhora de receita das lojas físicas, segundo o BTG Pactual.

No quarto trimestre, a receita bruta consolidada (lojas físicas e online) da companhia cresceu 9% no comparativo anual, impulsionado principalmente pela receita das lojas físicas, que avançou 18,2%. Na receita do segmento físico, houve ainda a alocação de R$ 350 milhões da renovação da parceria com o Bradesco (BBDC4) nos cartões co-branded.

Na avaliação dos analistas do BTG, a Via ainda precisa demonstrar uma recuperação sustentável no tráfego de lojas, além de um melhor desempenho do comércio eletrônico. A companhia também precisa aumentar a monetização do volume de vendas online, acrescentam.

De acordo com o banco, esses passos são fundamentais para a alavancagem financeira e operacional da companhia nos próximos trimestres.

A recomendação do BTG é “neutro” para o nome, com preço-alvo de R$ 4. Além dos pontos já destacados, analistas citam o aumento da competição no setor de comércio eletrônico e a forte exposição da companhia a eletrônicos/eletrodomésticos em um cenário macroeconômico desafiador.

Os custos de financiamento estão mais altos e há incerteza sobre provisões e monetização de créditos fiscais, completa.

Para Fernando Ferrer, analista da Empiricus Research, os resultados trimestrais do setor de e-commerce trouxeram números pouco animadores. No caso da Via, o volume bruto de mercadorias (GMV) cresceu apenas 6%, enquanto algumas linhas vieram muito poluídas por ajustes.

“No meu ponto de vista, quem surfou melhor o trimestre foi mais uma vez o Mercado Livre (MELI34), que já provou ter um modelo de negócios vencedor de longo prazo. O GMV do grupo cresceu 35%, enquanto o volume total de pagamentos (TPV) cresceu 80%. Com isso, a receita do grupo avançou 56% no período”, diz o especialista.

“Contudo, na minha opinião, o valuation esticado segue sendo um entrave”, completa.



Preservação de caixa

Ao Money Times, Roberto Fulcherberguer, CEO da Via, disse que a prioridade da companhia em 2023 será preservar o caixa.

“Dado todo esse cenário macro que está acontecendo, a taxa de juros, o custo de investimento muito caro neste momento, chegamos à decisão de preservação de caixa. 2023 é um ano de preservação de caixa”, afirmou.

A varejista anunciou a previsão de abrir de cinco a 10 lojas em 2023, número bem menor que as 63 lojas inauguradas no ano passado.

Segundo o CEO, a Via teria potencial para fazer a abertura de 60-80 lojas, mas o cenário econômico atual pede por mais cautela.

“Em 2022, a gente investiu R$ 1 bilhão em capex (investimentos). 77% ficaram entre tecnologia e logística. O restante foi para abertura de novas lojas. Abertura de novas lojas em 2023, basicamente, não vai ter, o que reduz o capex da companhia”, afirmou.

“Se mudar o cenário [macro], a gente está preparado, a máquina está pronta para fazer mais aberturas”, completou o executivo.

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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