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Vitor Miziara: MSCI e a queda (do fluxo) para Cogna, Cielo, IRB e outras…

25 nov 2020, 15:25 - atualizado em 25 nov 2020, 16:59
Ibovespa Ações Mercados B3SA3
O MSCI Brazil é um índice do Morgan Stanley Capital International, criado em 2001 que mede o desempenho de uma cesta de ações assim como o Ibovespa (Imagem: B3/Divulgação)

Parece que 2020 e as notícias negativas para essas empresas não acabaram…depois de um ano de forte volatilidade e queda nas ações, dia 30 de novembro haverá uma mudança no MSCI Brazil que deve impactar fortemente nessas ações.

O MSCI Brazil é um índice do Morgan Stanley Capital International, criado em 2001 que mede o desempenho de uma cesta de ações assim como o Ibovespa (IBOV). Atualmente conta com 56 ações, e sua performance é medida em dólares.

Assim como outros índices, o MSCI passa por revisões (trimestrais nesse caso) em que são adicionadas e retiradas algumas da carteira teórica. Entre diversos indicadores que justificam às mudanças, os principais são o valor de mercado, free float, crescimento…já entendeu a saída delas certo?

Há diversos fundos de investimentos passivos no mundo que aplicam seus recursos em índices ao invés de montar uma carteira própria de investimentos.

O MSCI serve de referência para diversos fundos de investimentos e por isso quando ações são adicionadas ou excluídas há um aumento na volatilidade e volume de compra ou venda (se entrou ou saiu).

O próprio mercado brasileiro perdeu participação no MSCI Emerging Markets em 2019, índice composto por ativos selecionados apenas em mercados de países emergentes.

Perdemos tamanho no mercado global e a desvalorização da nossa moeda mais revisão de crescimento fez com que tivéssemos desde então uma das maiores saídas de capital estrangeiro da história.

O que vai mudar dessa vez?

Saem: Braskem (BRKM5), Cielo (CIEL3), Cogna (COGN3), IRB (IRBR3) e Porto Seguro (PSSA3).

Entram: Bradespar (BRAP4), Totvs (TOTS3) e Alpargatas (ALPA4).

Importante entender que a entrada ou saída dessas empresas no índice não melhoram ou pioram os resultados operacionais da empresa, mas apenas trazem um fluxo positivo ou negativo para os papeis já que diversos fundos seguem à risca o que é feito no índice.

Outro ponto importante é que se estiverem fora de índices relevantes, veremos menos ainda o interesse por investidores estrangeiros e até mudanças nas participações relevantes (quando um acionista tem mais que 5% do controle).

“F**** e saio vendendo tudo que tenho por que vai sair do MSCI?” Não! Não quer dizer que as ações nunca mais vão subir ou vão cair para sempre, apenas que perderá “visibilidade” para investidores estrangeiros, grandes fundos e até mudanças de acionistas com participações relevantes (maior que 5%).

Serve também como um alerta sobre a situação dessas empresas, não à toa estão saindo e a performance no ano está muito aquém do mercado.

Enquanto o Ibovespa está caindo apenas 4,61% (na data de hoje):
Cielo -55%
IRB -80%
Porto Seguro – 19%
Cogna -57%
Braskem -21%

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Sócio e Head de Alocação da Criteria Investimentos
Com mais de 14 anos de experiência no mercado, Vitor Miziara é sócio e Head de Alocação da Criteria Investimentos, assessoria de investimentos independente vinculada à XP com mais de R$3 bilhões sob custódia. Entusiasta do mercado, discorre sobre cenários e investimentos, não evitando assuntos polêmicos e críticas abertas.
vitor.miziara@moneytimes.com.br
Com mais de 14 anos de experiência no mercado, Vitor Miziara é sócio e Head de Alocação da Criteria Investimentos, assessoria de investimentos independente vinculada à XP com mais de R$3 bilhões sob custódia. Entusiasta do mercado, discorre sobre cenários e investimentos, não evitando assuntos polêmicos e críticas abertas.