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Você conhece o basic attention token (BAT)?

03 set 2020, 10:22 - atualizado em 03 set 2020, 11:18
Com o preço do BAT acima da MME de 200 dias e da Nuvem diária, confirma-se uma tendência de alta (Imagem: Twitter/BAT Community)

O basic attention token (BAT) é um token ERC-20 criado na Ethereum (ETH) para ser trocado entre publicadores, anunciantes e usuários.

Brendan Eich é o fundador e CEO do BAT, além de criador do Javascript e cofundador do Mozilla e Firefox. O token BAT foi criado para valorizar a atenção dos usuários.

O preço atual do token é de US$ 0,32 e sua alta recorde é de US$ 0,98, estabelecida em 9 de janeiro de 2018. A capitalização de mercado do token BAT é de US$ 434 milhões, com um volume negociado de US$ 51 milhões nas últimas 24 horas.

O projeto abrange uma plataforma de código aberto, descentralizada e de anúncios, criada para tratar de fraudes e opacidade nos anúncios digitais. O ecossistema BAT também inclui Brave, um navegador de código aberto com foco em privacidade criado para bloquear rastreadores e malware.

Brave é um navegador de código aberto com foco em privacidade criado para bloquear rastreadores e malware (Imagem: Twitter/Basic Attention Token)

O navegador Browser diminui o tempo de espera ao bloquear anúncios enquanto permite micropagamentos entre publicadores e criadores de conteúdo e fornece uma alternativa para fluxos de receita baseados em anúncios.

Quando um usuário adere ao Brave Rewards, começam a ver Brave Ads e acumular BATs, que podem reivindicar mensalmente por meio da carteira integrada. Usuários podem customizar quantos anúncios gostariam de visualizar, entre um a cinco por hora, ou escolher não visualizar anúncios.

Brave Ads não substituem atuais anúncios da internet. São anúncios separados e distintos. Usuários os veem na forma de notificações.

Quando usuários clicam para interagir com essas notificações, são representadas com uma página completa de anúncio em uma nova guia do navegador Brave. Já que a combinação de anúncios acontece diretamente no dispositivo do usuário, seus dados não são enviados a ninguém, incluindo a Brave.

Usuários podem doar os BATs ganhos pela visualização de Brave Ads a seus sites, criadores do YouTube ou streamers de Twitch preferidos.

Em breve poderão reivindicar BAT para recompensas no mundo real, como vouchers de hotéis e vales-presente por meio de 250 mil parceiros de marca da TAP Network.

Criadores e publicadores não precisam usar Brave para coletarem pagamentos em BAT, mas podem completar o processo de verificação na Uphold, uma processadora de pagamentos, onde contribuições da audiência são depositadas.

BAT também pode ser automaticamente convertido em fiduciárias e transferidos à conta bancária do criador. No início deste ano, Brave anunciou que usuários logo poderão sacar BATs diretamente do navegador após terem feito uma verificação na Uphold.

Brave lançou a primeira versão em novembro de 2019 e informou ter 15 milhões de usuários ativos no início deste ano. Para fins de comparação, em novembro de 2016, o navegador Chrome do Google tinha sido instalado por dois bilhões de pessoas.

Porém, em inúmeros testes, Brave possui intervalos de carregamento mais rápido que seus adversários Chrome e Firefox.

Brave dá de dez a zero em navegadores tradicionais

Agora, a plataforma Brave possui mais de 855 mil publicadores registrados que estão listados para receber fundos em BAT de usuários do Brave no YouTube, Twitch, Twitter, Reddit, Vimeo, GitHub, SoundCloud e outros sites.

Mais de 50% dos publicadores registrados vêm do YouTube e todas as categorias tiveram crescimento contínuo no último ano.

Distribuição de publicadores do Brave (Imagem: BATgrowth)
Canais no YouTube (Imagem: BATgrowth)
Usuários no Twitter (Imagem: BATgrowth)
Contas no Reddit (Imagem: BATgrowth)
Canais no Vimeo (Imagem: BATgrowth)
Canais na Twitch (Imagem: BATgrowth)
Sites (Imagem: BATgrowth)
Contas no GitHub (Imagem: BATgrowth)

Anteriormente, Brave coletava doações em BATs para publicadores não verificados sem seu consentimento.

O youtuber Tom Scott ficou bravo em saber que a plataforma estava coletando doações em seu nome e pediu pelo reembolso de todos os tokens, algo impossível pois as doações são anônimos.

Scott também enviou à Brave um pedido formal de direito ao esquecimento sob as orientações da Lei Geral de Proteção de Dados (GDPR).

Eich respondeu ao destacar os termos de serviço do BAT que reconhece que fundos doados para um publicador não verificado são mantidos por apenas 90 dias antes de serem enviados ao pool de crescimento de usuários do Brave.

Eich também declarou que nenhum BAT foi recuperado até agora por esse motivo.

Além disso, ainda não existem opções de adesão para publicadores que, de acordo com Eich, seria um recurso que prejudicaria o crescimento direcionado por usuários.

Brave alterou o sistema de recompensas para esclarecer quais criadores ainda não passaram pelo processo de verificação e não tem imagens de criadores não verificados no painel de doações da plataforma.

(Imagem: Twitter/Basic Attention Token)

Houve ainda mais controvérsias ano passado em relação à capacidade da Brave em injetar cabeçalhos em pedidos de protocolos de transferência de hipertexto (HTTP) de forma remota.

No Reddit, Eich respondeu que ao reconhecer os cabeçalhos personalizados de HTTP enviados a parceiros da Brave, com valores fixos de cabeçalhos. Ele acrescentou que isso não é algo que prejudica a privacidade e que não existe um perigo de rastreamento.

Em maio de 2019, Johnny Ryan, chefe de Relações Políticas e Públicas da Brave, deu seu testemunho no tribunal do Comitê Judiciário do Senado Americano sobre a “Compreensão do Ecossistema de Anúncios Digitais e o Impacto na Privacidade de Dados e Políticas de Competição”.

Ryan enfatizou o comprometimento da Brave à privacidade dos usuários.

Brave fornece pesquisas privadas por meio da Tor na versão desktop e DuckDuckGo para guias privadas em celulares, bem como MetaMask, carteira integrada da Ethereum. Brave também é o navegador padrão do celular blockchain Exodus1 da HTC.

Apesar da preocupação do Brave com a privacidade dos usuários, um usuário percebeu que links referentes a corretoras eram autocompletados na barra de pesquisa.

Eich pediu desculpas, dizendo que “o padrão de autocompletar foi inspirado por atribuições de pesquisas respondidas por clientes que todos os navegadores fazem mas, diferente de pesquisas por palavras-chave, uma URL digitada deve ir para o domínio nomeado, sem quaisquer adições. Perdão por esse erro. Não somos perfeitos, mas corrigimos tudo rapidamente”.

No início deste mês, o navegador Brave acrescentou um widget para negociação da corretora Gemini. Criadores de conteúdo que estejam verificados com o Brave também podem realizar a custódia de criptoativos na Gemini Creator Wallet, incluindo BAT.

Em março, Brave também integrou um widget de negociação da Binance e firmou uma parceria com a BitFlyer em julho.

A plataforma Brave completou três rodadas de financiamento “seed” (para impulsionar seu crescimento): uma arrecadação de US$ 2,5 milhões em novembro de 2015, mais US$ 4,5 milhões em agosto de 2016 e outra quantia não divulgada em janeiro de 2017.

Investidores importantes incluem o Digital Currency Group (DCG) e Pantera Capital. Segundo um artigo da CoinDesk em maio de 2019, Brave busca arrecadar entre US$ 30 e 50 milhões a uma avaliação de US$ 133 milhões.

A oferta inicial de moeda (ICO) do token BAT aconteceu em maio de 2017 e arrecadou mais de 156 mil ETH, ou US$ 35 milhões, na época, em apenas 30 segundos com a participação de 130 investidores. Cada um dos um bilhão de tokens disponíveis para a venda foi vendido a US$ 0,036 cada.

Segundo dados de carteira, BAT gastou 6 mil e 7 mil ETH em maio e junho (gráfico abaixo) e não há mais ETH em sua carteira de ICOs. A equipe do BAT possui 500 milhões de tokens e, segundo eles, o fornecimento total de BAT nunca passará de 1,5 bilhão.

(Imagem: sanbase)

Parte 2

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