Internacional

Volatilidade retorna a mercados emergentes com trio de riscos

10 ago 2020, 13:23 - atualizado em 10 ago 2020, 13:23
Donald Trump
As ordens executivas anunciadas no sábado pelo presidente dos EUA, Donald Trump, devem ser o foco inicial dos operadores (Imagem: REUTERS/Joshua Roberts)

Trump, comércio e Turquia: um trio de riscos confronta mercados emergentes nesta semana, após um período em que os preços seguiram o roteiro de agosto com o maior aumento da volatilidade cambial implícita nos cinco dias até sexta-feira desde a onda vendedora de março.

As ordens executivas anunciadas no sábado pelo presidente dos EUA, Donald Trump, devem ser o foco inicial dos operadores.

Embora as quatro ordens do presidente incluam a continuidade dos benefícios extras para desempregados e o adiamento temporário do imposto sobre a folha de pagamento para alguns trabalhadores, provavelmente fornecerão apenas alívio temporário dos efeitos da pandemia de coronavírus e podem prejudicar as negociações com democratas no Congresso sobre um pacote mais amplo.

“Até que o Congresso chegue a uma decisão por si mesmo, isso é suficiente para manter a demanda funcionando nos próximos três a quatro meses,”, disse Luciano Jannelli, chefe de estratégia de investimentos do Abu Dhabi Commercial Bank, em entrevista à Bloomberg Television.

O quadro do comércio pode ser mais preocupante. O potencial para a escalada das tensões EUA-China com a planejada revisão do acordo comercial de primeira fase por volta de 15 de agosto deve diminuir o apetite por risco.

A medida de Trump que proíbe cidadãos americanos de fazerem negócios com os aplicativos TikTok e WeChat pressionaram ações, moedas e títulos em moeda local de países em desenvolvimento na sexta-feira.

“As relações EUA-China continuam sendo um risco imprevisível”, disseram estrategistas do Morgan Stanley em Nova York, como Matthew Hornbach, em relatório. “O aumento das tensões vindas da relação diplomática para a relação econômica e/ou o acordo comercial pode ser um importante evento de risco para os mercados.”

Sem falar na Turquia, onde uma semana de montanha-russa levou a lira a uma baixa recorde em relação ao dólar. Autoridades recuaram nas intervenções e relaxaram algumas das restrições que seguraram a moeda por meses.

Na sexta-feira, reguladores também anunciaram isenção de impostos para vendas de moeda estrangeira por instituições turcas para empresas financeiras internacionais, enquanto a Bolsa de Istambul introduziu um índice vinculado ao sistema de circuit breaker.

“Em meio à iliquidez de agosto, um movimento descontínuo na lira ainda repercutiria nos mercados emergentes de alto rendimento, já que os investidores se preocupariam com ‘o próximo dominó a cair’ como resultado da crise de Covid”, disseram estrategistas do Goldman Sachs em relatório. Eles destacaram o rand sul-africano, o real, o rublo russo e o peso mexicano como as moedas mais vulneráveis.

A lira foi a moeda com maior desvalorização em mercados emergentes na semana passada, caindo 4,2%.

Investidores retiraram recursos de fundos de índices que compram ações e títulos de mercados emergentes na semana passada, encerrando quatro semanas de entradas que somaram US$ 2,4 bilhões.

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