Wall Street tem triplo recorde pela 2ª vez consecutiva com expectativa de acordo entre EUA e China e corte nos juros pelo Fed
Com alívio nas tensões comerciais e expectativas de corte nos juros dos Estados Unidos, os índices de Wall Street renovaram os recordes históricos nesta segunda-feira (27) pela segunda sessão consecutiva.
O índice S&P 500 encerrou acima do limite de 6.800 pontos pela primeira vez, após o índice atingir uma nova máxima intradia histórica no início do dia.
Confira o fechamento dos índices de Wall Street:
- Dow Jones: +0,71%, aos 47.544,59 pontos — no maior nível nominal histórico;
- S&P 500: +1,23%, aos 6.875,16 pontos — no maior nível nominal histórico;
- Nasdaq: +1,86%, aos 23.637,45 pontos — no maior nível nominal histórico.
O que movimentou Wall Street hoje?
Os índices de Wall Street terminaram a sessão nas máximas históricas na expectativa de um acordo comercial entre os Estados Unidos e a China.
O acordo pode incluir um adiamento das restrições à exportação de terras raras impostas pela China, que causaram o recente surto comercial, a retirada das tarifas de 100% impostas por Trump à China, que deveriam entrar em vigor em 1º de novembro, e a retomada das compras chinesas de soja americana.
No fim de semana, o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, disse que espera que a China adie a implementação de seu regime de licenciamento de minerais de terras raras e ímãs por um ano, enquanto a política é reconsiderada.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, também afirmou que o país norte-americano e a China estão prontos para alcançar um acordo comercial, já que ele deve se encontrar com o presidente chinês, Xi Jinping, no final desta semana na Coreia do Sul.
“Tenho muito respeito pelo presidente Xi e acho que chegaremos a um acordo”, disse Trump aos repórteres no avião presidencial Força Aérea Um, partindo da Malásia para o Japão. “A China está chegando e será muito interessante.”
Trump acrescentou que talvez assine um acordo final sobre o TikTok na próxima quinta-feira (30).
O mercado também continuou a precificar novos cortes nas taxas de juros dos Estados Unidos, após dados recentes de inflação.
A reunião do Comitê Federal do Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) — equivalente ao Comitê de Política Monetária (Copom) brasileiro — começa amanhã (28) e a decisão será divulgada na quarta-feira (29), acompanhada da entrevista coletiva como presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell.
De acordo com a ferramenta FedWatch, do CME Group, os agentes financeiros veem 97,8% de chance de o Fed reduzir os juros em 0,25 ponto percentual, para a faixa de 3,75% a 4,00% ao ano. Na última sexta-feira (24), a probabilidade era de 96,2%.
No cenário corporativo, as ações da Qualcomm (QCOM) dispararam mais de 15% após a companhia anunciar o lançamento de novos chips aceleradores de inteligência artificial (IA), marcando uma nova competição para a Nvidia — que até agora dominou o mercado de semicondutores de IA.
A paralisação (shutdown) do governo dos Estados Unidos já é a segunda mais longa da história, com 27 dias, segue ainda sem perspectiva de acordo entre os democratas e os republicanos. Segundo a Casa Branca, os dados de inflação do próximo mês podem não ser divulgados devido à paralisação do governo.