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Buffett recusa controle de petroleira, nova leitura de inflação e a contagem regressiva para o calote nos EUA

08 maio 2023, 17:10 - atualizado em 08 maio 2023, 17:10
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Confira os destaques da semana nos mercados internacionais.

A temporada de balanços corporativos nos Estados Unidos chega em seus momentos finais, mas algumas das grandes empresas ainda devem informar os números trimestrais.

Nesta semana, investidores devem olhar para resultados de Airbnb (ABNB), Disney (DIS) e a Occidental Petroleum (OXY) em busca de aferir a saúde de três setores-chave da economia americana: turismo, entretenimento e energia, respectivamente.

Com resultados programados para amanhã (9), a expectativa de que o Airbnb volte a entregar resultados fortes contagia uma alta de 6% do papel da empresa em Nova York. Entre destaques elencados pela Zach Equity Research, a companhia apresentará receita entre US$ 1,75 bilhão e US$ 1,82 bilhão, com crescimento de 21% em uma base cambial neutra.

A Occidental Petroleum (OXY) também divulgará resultados do trimestre nesta terça-feira. A empresa com sede no Texas é a terceira big oil a reportar resultados, em sequência aos números já conhecidos de Chevron e ExxonMobil.

O setor de óleo & gás dos EUA está em vias de entregar cerca de US$ 42 bilhões em lucros no primeiro trimestre de 2023, US$ 36,5 bilhões em relação ao mesmo período do ano passado. A previsão, no entanto, representa uma desaceleração ante o recorde de lucro de US$ 65,4 bilhões registrados no segundo semestre de 2022.

Quem encerra a trinca dos resultados mais importantes da semana é a Disney. A empresa deve continuar focando esforços no corte de custos, já vistos pelo desligamento em massa de funcionários.

Buffett jogou Occidental para escanteio?

A expectativa sobre os números trimestrais da Occidental Petroleum ficam em segundo plano nesta segunda-feira. Os mercados castigam o papel da empresa, após a Warren Buffett negar que almeja o controle majoritário da companhia.

O oráculo de Omaha possui 23% das ações da empresa, fatia que justifica o apelido de “queridinha”. Embora recuse a compra e se diga satisfeito com a atual composição do portfólio da Berkshire Hathaway, Buffett rasgou elogios à CEO da Occidental Petroleum, Vicki Hollub.

Inflação de abril: espere mais do mesmo

Mercados olharão para o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) em busca de sinais de desaceleração da inflação. O dado será divulgado na quarta-feira (10) durante a manhã e marca a primeira leitura de inflação desde o aumento dos juros da semana passada.

De acordo com a estimativa do Fed de Cleveland, espera-se que o indicador cheio, o que inclui o preço de alimentos e energia, cresça 5% no acumulado dos últimos 12 meses. Desta forma, o índice repetiria o resultado de março; na base mensal, o CPI deve aumentar 0,4%.

Já para o núcleo do CPI, que desconta os itens mais voláteis, a projeção é que a inflação cresça 5,5% anualmente, uma desaceleração em relação ao 5,6% registrado em março; na base mensal, o aumento também deve ser de 0,4%.

Mas é bom que os mercados não se animem muito. Apesar de uma tendência de arrefecimento na base anual, a inflação corrente está ainda 3,0 pp. acima da meta estipulada pelo Fed.

Biden e lideranças do Congresso se reúnem para salvar EUA de calote inédito

O presidente americano Joe Biden e lideranças do partido democrata e republicano no Congresso programa uma reunião para esta semana. Trata-se de uma nova tentativa para que a Casa Branca e o Capitólio resolvam suas diferenças políticas e consigam, enfim, aprovar um novo teto da dívida.

Conforme Janet Yellen, secretária do Tesouro americano, vem alertando, o prazo para que o governo dos EUA fique sem dinheiro para pagar as dívidas correntes termina em maio. A dívida americana gira na ordem de US$ 31,12 trilhões.

Analista que previu pesadelo de 2022 em Wall Street diz: força de empresas vai cair nos próximos balanços

A tendência de desaceleração macroeconômica nos EUA deve respingar nos lucros das empresas nas próximas temporadas. É o que disse o analista do Morgan Stanley, Michael Wilson, contrariando a visão da ala mais otimista de Wall Street.

Em entrevista à Bloomberg, o analista que previu a onda vendedora de ações de 2022 alega que os dados macroeconômicos apontam para uma tendência de deterioração no curto prazo.

Isso afeta a capacidade das empresas de gerar margens, segundo ele. “Estamos mais céticos, pois os custos trabalhistas ainda são um obstáculo para as companhias, e nosso principal indicador de margem”, diz Wilson.

Quase 86% das empresas que fazem parte do S&P 500 já divulgaram balanços neste trimestre, sendo que 79% delas superaram as projeções, de acordo com dados compilados pela Bloomberg.

Números econômicos mais fortes em janeiro e fevereiro, bem como expectativas reduzidas no início da temporada, explicam os bons resultados.

Estagiário
Jorge Fofano é estudante de jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. No Money Times, cobre os mercados acionários internacionais e de petróleo.
Jorge Fofano é estudante de jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. No Money Times, cobre os mercados acionários internacionais e de petróleo.
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