Coluna da Roberta Scrivano

Yuri Samico: “Dar crédito é acreditar nas pessoas e na capacidade delas se reerguerem”

07 nov 2022, 11:31 - atualizado em 07 nov 2022, 11:31

Yuri Samico é Head de Marca e Comunicação da fintech de crédito Open Co desde setembro de 2022. Antes, foi Coordenador de Conteúdo e UX Writer da empresa, em uma contribuição que data desde 2020.

O objetivo da empresa é orientar, educar e oferecer ferramentas que ajudem as pessoas a usar o crédito de forma responsável. “Dar crédito é acreditar nas pessoas e na capacidade delas se reerguerem”, diz ele.

Fundada em 2021 a partir da fusão de Geru e Rebel, duas das principais fintechs de crédito do Brasil, a Open Co surge para acirrar a competição em um mercado ainda dominado pelos bancos tradicionais e pelo crédito injusto.

Em outubro de 2022, a empresa passou por uma repaginada visual e um novo posicionamento de marca, com novas experiências e produtos. Segundo Yuri Samico, será também uma nova proposta de valor para o mercado e uma nova postura no relacionamento com os clientes, tendo como base a relação de parceria e confiança.

Na entrevista a seguir, Samico fala sobre os desafios de oferecer créditos aos brasileiros, as diferenças de fintechs e bancos tradicionais ao emprestar dinheiro, e as novidades para a Open Co nos próximos meses.

Qual é o maior desafio ao oferecer crédito a brasileiros e por que isso precisa ser feito com responsabilidade?

O crédito é uma ferramenta muito poderosa e indispensável na vida do brasileiro. A maioria da nossa população não tem margem financeira para emergências ou para realização de planos que exigem investimento imediato. Então, quando o crédito é bem utilizado, ele é capaz de impulsionar e realmente transformar a vida das pessoas.

O problema é que o crédito é um produto que costuma ser vendido sem um manual de instruções. Quando ele é mal utilizado, pode trazer repercussões irreversíveis para a vida de uma pessoa, ainda mais em um cenário macroeconômico como o que vive o Brasil hoje. É como entregar um carro na mão de quem não sabe dirigir: basta um deslize e as consequências podem ser fatais.

Orientar, educar e oferecer ferramentas que ajudem as pessoas a usar o crédito de forma responsável é um grande desafio hoje. Vemos milhares de pessoas entrarem todos os dias na bola de neve dos juros altos e da inadimplência. E não estamos falando de um grupo pequeno: são mais de 60 milhões de brasileiros com nome sujo, por exemplo. Muitas dessas pessoas nunca conseguirão se recuperar. Obviamente, trata-se de uma questão estrutural, e não vai ser só ensinando as pessoas a usarem melhor o crédito que o problema vai, magicamente, desaparecer.

Mas não tenho dúvidas de que a falta de acesso à educação financeira básica agrava muito a situação. Não temos controle sobre a taxa de juros básica da economia, mas temos como oferecer mais informação e ferramentas para tentar equilibrar essa equação. Aqui na Geru, entendemos que é nossa responsabilidade oferecer mais do que apenas ajuda financeira: temos que dar todo o apoio e suporte necessário para que os nossos clientes tenham uma relação mais saudável com o crédito e com a sua vida financeira.

Quais as diferenças de buscar crédito em uma fintech e em instituições tradicionais?

No geral, os limites e taxas oferecidas pelas fintechs de crédito são melhores do que nas instituições tradicionais. Os modelos de risco trabalham com inteligência artificial otimizada para esse tipo de produto, então é possível oferecer condições muito personalizadas, calculadas com base no perfil de cada cliente. Não existe uma taxa igual para todo mundo, como, às vezes, acontece nos bancos.

Além disso, o processo é 100% digital, o que torna a experiência muito menos burocrática. Não é necessário envio de documentos e, na maioria dos casos, o cliente já recebe o dinheiro na conta em cerca de um dia útil. E aqui na Geru a gente ainda oferece um diagnóstico financeiro, então o cliente não fica no escuro. Ele sempre sabe exatamente o motivo de estar recebendo aquele valor e taxa. É uma experiência muito simples e transparente.

Como oferecer educação financeira de forma mais atrativa para as necessidades dos brasileiros?

As pessoas têm resistência com a educação financeira porque ela é muito associada a disciplinas como economia e matemática, que costumam ser inacessíveis para a população. Os jargões que os especialistas usam para falar sobre o assunto na imprensa certamente não ajudam. Acredito que o próprio termo “educação financeira” é problemático, porque ele pressupõe que a pessoa precisa separar um momento para sentar em uma sala de aula e tomar lições sobre finanças.

Mas, na prática, a educação financeira se aprende na vida. Ela é apenas um conjunto de ferramentas que ajuda as pessoas a conseguirem o que querem. A maioria dos brasileiros não quer saber o que é CDI, taxa Selic, inflação. O que eles querem é saber como fazer um intercâmbio, viajar nas férias, planejar o casamento e se aposentar com tranquilidade.

Então, vincular a educação financeira aos objetivos das pessoas é um caminho possível para começar a quebrar essas barreiras. A vida já é complicada o bastante, não precisamos complicar ainda mais.

O que devemos é oferecer as ferramentas para que as pessoas comecem usar o dinheiro com sabedoria para realizarem objetivos, navegarem pelos momentos de incerteza e serem capazes de proverem o básico para as suas próprias vidas. Não é algo que acontece do dia pra noite, ainda mais na nossa realidade econômica, mas também não é um bicho de sete cabeças.

A Geru acabou de passar por uma repaginada visual, há novidades de produtos vindo por aí também?

O que fizemos foi muito mais que uma repaginada visual. A nova Geru veio para trazer um novo posicionamento de marca, uma nova proposta de valor para o mercado, uma nova postura no nosso relacionamento com os clientes. Além de, claro, novas experiências e produtos. Tem muita coisa vindo por aí. Já não somos mais apenas uma empresa de empréstimo pessoal. Agora estamos aqui para atender nossos clientes em todos os seus pontos de necessidade de crédito. E faremos isso construindo uma relação de parceria e confiança. Para a gente, isso é a base de tudo.

Qual a importância de um rebranding para uma marca como a Geru?

O mercado de crédito está saturado e muito comoditizado. As empresas brigam por preço e as pessoas já não sabem mais em quem confiar. O rebranding da Geru foi um esforço de posicionamento, de diferenciação, visando reforçar nossos valores para cravar nosso lugar no mercado e melhorar nosso relacionamento com os clientes.

Investimos nisso porque não viemos aqui pra ser só mais uma empresa genérica de crédito. Viemos para contribuir realmente com a sociedade. Para trazer mais simplicidade, honestidade e justiça para um mercado que é visto com muita desconfiança pela população. Dar crédito, para a gente, é acreditar nas pessoas e na capacidade delas se reerguerem. Queremos mostrar que essa pode, sim, ser uma ferramenta transformadora na vida dos brasileiros. Isso é o que viemos aqui para fazer.

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