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Zoom adquire Keybase para tentar solucionar problemas de privacidade

08 maio 2020, 8:38 - atualizado em 18 fev 2021, 19:03
Este ano, Zoom foi bem criticada por conta das questões sobre privacidade, em que um “penetra” entrava em uma reunião para a qual não havia sido convidado (Imagem: Unsplash/cwmonty)

Zoom é uma plataforma de videoconferência que passou por um crescimento exponencial como resultado de isolamentos relacionados à COVID-19.

Recentemente, a quarentena adquiriu Keybase, aplicativo de mensagens com foco em privacidade e criptografia. Os detalhes financeiros e termos da aquisição não vieram a público.

Keybase foi fundado em 2014 por Max Krohn e Chris Coyne, anteriormente cofundadores do OKCupid, um site de relacionamentos on-line. Após uma transição bem-sucedida para o Match Group em 2011, Krohn e Coyne saíram da empresa em 2013 em busca de uma nova oportunidade.

A dupla decidiu usar suas habilidades de design de aplicativos e seu conhecimento de segurança para criar uma solução criptografada de chave pública.

Keybase é um diretório de chaves que mapeia identidades nas redes sociais para criptografar chaves de forma publicamente verificáveis. O pacote inclui um chat criptografado de ponto a ponto, o Keybase Chat, e um sistema de armazenamento em nuvem chamado Keybase Filesystem.

Zoom acquires Keybase in attempt to address privacy issues (1)

Em julho de 2015, anunciaram ter arrecadado US$ 10,8 milhões em uma rodada liderada por Andreeseen Horowitz. Participantes da rodada incluem Corazon Capital, outros cofundadores do OKCupid, o fundador e CEO da Chain.com Adam Ludwin e o cofundador do Reddit Alexis Ohanian.

Chris Dixon, sócio geral do fundo a16z crypto, liderou o investimento. Dixon afirmou que a exclusividade da abordagem do Keybase é que você não precisa confiar neles.

“O código é aberto. A base de dados é aberta. Você só tem de confiar nos algoritmos criptográficos que usam. Especialistas de segurança podem analisar [tudo]. Será público e verificado pela comunidade de segurança”, disse ele.

Em 2018, Keybase recebeu uma quantia não divulgada de financiamento da Stellar, por meio do programa de concessões para parceria da Stellar Development Foundation (SDF). Dizem que a contribuição financeira da fundação ao Keybase foi uma mistura de dólares e também stellar (XLM).

A aquisição da Keybase acontece em uma período em que Zoom é criticada por questões de privacidade e segurança e faz parte do seu Plano de Segurança de 90 dias. Questões de privacidade incluem “Zoombombing”, quando uma pessoa não convidada entra em uma reunião no Zoom, simplesmente por ter achado o link para a reunião.

Privacidade é um assunto bem discutido na indústria cripto, já que a tecnologia preza pela remoção de intermediários desnecessários (Imagem: Freepik/vectorpouch)

Outras questões de privacidade e segurança incluem o compartilhamento de dados com o Facebook, chamadas que não foram devidamente criptografadas, além de mais de 500 mil contas na Zoom terem sido vendidas na dark web.

O plano de segurança foi anunciado pelo CEO Eric Yuan em 1º de abril para solucionar essas questões.

m uma publicação, Yuan destacou a enorme quantidade de novos usuários na plataforma como resultado do trabalho remoto durante a COVID-19 e pediu desculpas por não ter cumprido “com as expectativas da comunidade — e com nossas próprias expectativas — sobre privacidade e segurança”.

A aquisição, a primeira da Zoom, rapidamente acrescentou uma equipe de desenvolvedores com foco em segurança à plataforma e, agora, Krohn irá liderar a equipe de engenharia de segurança da Zoom.

Zoom esteve na corrida para criar criptografia de ponto a ponto para suas videoconferências a fim de “atingir a escalabilidade atual da Zoom” e, de acordo com Yuan, “a equipe especializada do Keybase será uma parte fundamental nessa missão”.

Na publicação do Keybase sobre a aquisição, a equipe declara que “ainda não existem planos específicos para o aplicativo Keybase. O futuro do Keybase está nas mãos da Zoom, e veremos onde isso nos levará. É claro, se algo mudar na disponibilidade do Keybase, nossos usuários serão avisados com muita antecedência”.

Zoom viu um aumento no número de usuários, mas também no número de reclamações sobre privacidade (Imagem: Facebook/Zoom Video )

Yuan declara que a Zoom planeja disponibilizar o recurso de criptografia de ponto a ponto para clientes pagos.

Essa é uma forma interessante não de apenas amplificar as ofertas de privacidade e segurança da Zoom, mas também impulsionar o resultado final ao incentivar usuários gratuitos a adquirirem o serviço pago.

Zoom afirmou que irá publicar um rascunho detalhado do design criptográfico no dia 22 de maio e, em seguida, buscar por feedback de especialistas em criptografia, clientes e outros acionistas.

Zoom não é a primeira grande empresa de tecnologia que realizou aquisições no universo cripto e blockchain nos últimos anos.

Em abril, foi noticiado que Avast, a empresa de tecnologia de segurança e de antivírus, adquiriu o navegador Tenta em novembro de 2019. A notícia veio após Avast lançar um novo navegador seguro para sistemas Android, com base na programação do Tenta.

Em julho de 2019, Workday, fornecedora da solução comercial SaaS (“software-as-a-service”) para atividades de recursos humanos e gestão financeira, adquiriu Trusted Key.

Trusted Key era uma startup criada para ajudar empresas nos setores de finanças, saúde e outros a identificar seus usuários de forma segura sem a necessidade de utilizar senhas.

Para a Workday, a aquisição é parte de um plano de migrar credenciais — como licenças, certificados e diplomas — para o blockchain.

Brex, a “unicórnio” dos cartões de crédito corporativos, realizou duas aquisições nessa indústria.

A primeira foi a aquisição da Elph Network, uma rede descentralizada de sidechains (blockchains paralelos) Plasma escaláveis que atingia altas taxas de processamento de transações na Ethereum, em março de 2019.

A segunda foi a aquisição de Neji, uma empresa que simplifica a adesão comercial da tecnologia de registro distribuído (DLT) em março de 2020.

Airbnb também adquiriu uma startup cripto. Em abril de 2016, foi noticiado que a empresa adquiriu/contratou a equipe por trás da ChangeCoin, startup que criou um serviço de micropagamentos baseado em bitcoin.

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