Perspectivas 2020

5 motivos para o Brasil “brilhar” em 2020, segundo o BTG Pactual

11 dez 2019, 15:15 - atualizado em 11 dez 2019, 15:15
Às compras: consumo vai acelerar o PIB em 2020, segundo o BTG Pactual (Imagem: Catarina Outlet)

Para qualquer lado que o BTG Pactual olhe, encontra apenas sinais de que 2020 será um baita ano para o Brasil. Em relatório assinado por Claudio Ferraz e sua equipe, o banco afirma que “uma perspectiva mais brilhante de crescimento surge à frente.” Por isso, o BTG decidiu elevar a previsão de alta do PIB do próximo ano de 2,3% para 2,5%.

A análise de 11 páginas, divulgada nesta quarta-feira (11) aos clientes, concentra-se em cinco pontos. Em comum, todos encorajam o BTG Pactual a traçar um cenário bastante positivo para o país. Confira em quais são as armas do país para acelerar o passo, segundo a instituição.

1. A economia dá sinais de reação

Ferraz e sua equipe observam que a reforma da Previdência e o impacto atenuado das derrapadas do início do governo de Jair Bolsonaro ajudaram a recuperar a confiança dos empresários e dos investidores. Somando-se a melhoria das condições de crédito, criou-se o ambiente adequado para que a “atividade econômica recupere a tração”.

Os dados mais recentes também mostram uma retomada, segundo o BTG Pactual. O PIB cresceu 0,6% no terceiro trimestre, acima do 0,4% esperado pelo banco e puxado pelo maior consumo.

O banco acredita que o consumo interno continuará acelerando o PIB. “Apesar do elevado desempenho, a melhoria da massa salarial e a recuperação do crédito permitiram uma expansão dos gastos domésticos”, diz.

E acrescenta: “o atual desempenho positivo da atividade, combinado com os incentivos adicionais do Banco Central no segundo semestre de 2019, também nos levaram a melhorar nossa projeção para o crescimento do PIB em 2020 para 2,5%”, afirma o banco.

2. Inflação sob controle, apesar da alta da carne

O último bimestre de 2019 será marcado pela disparada no preço da carne, e o BTG Pactual não espera que ele baixe em breve. De qualquer modo, não será algo capaz de colocar em risco o controle da inflação no ano que vem, de acordo com o banco.

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Carne: item que mais pesou no bolso não será capaz de comprometer a inflação de 2020 (Imagem: Reuters/Amanda Perobelli)

“Nossa projeção [para o IPCA] de 2020 continua em 3,5%, pois acreditamos que o choque, maior que o esperado, da carne se materializou em 2019 (reduzindo seu impacto na inflação de 2020)”, explica. A instituição acrescenta que a inflação de serviços segue “persistentemente baixa”.

3. Mais investimento estrangeiro direto

O déficit em conta corrente continuará crescendo em 2020, segundo o BTG Pactual. Mas, seu impacto sobre a taxa de câmbio deve ser neutralizado por um volume maior de investimentos estrangeiros diretos.

A instituição estima que 2019 fechará com um volume de US$ 80 bilhões de investimentos estrangeiros. O próximo ano, contudo, será ainda melhor: US$ 90 bilhões. Os ímãs para tanto dinheiro são a perspectiva de maior crescimento do PIB e o programa de privatizações e concessões do governo federal.

Tudo somado, o BTG Pactual calcula que o dólar encerre 2020 ao redor de R$ 4,10.

4. Alívio nas contas públicas

Os primeiros efeitos concretos das reformas serão sentidos no ano que vem e, para o BTG Pactual, serão benéficos. O banco estima que o déficit fiscal será menor que o de 2019 e, melhor ainda, inferior ao previsto no Orçamento de 2020 enviado ao Congresso.

Congresso Nacional Senado Câmara dos Deputados
Prejuízo menor: Planalto e Congresso estão mais pessimistas que o BTG Pactual com as contas públicas (Imagem: Reuters/Ueslei Marcelino)

Ferraz e sua equipe projetam um déficit fiscal primário de R$ 102 bilhões para o governo central (União, Banco Central e Previdência Social), e de R$ 96 bilhões para o setor público consolidado (que abrange estatais e governos estaduais e municipais).

As cifras são menores que os R$ 124 bilhões e R$ 119 bilhões que constam no Orçamento de 2020.

5. Juros ainda menores

Nesta quarta-feira (11), o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) anunciará a nova taxa básica de juros (Selic). O BTG Pactual, assim como a maioria do mercado, conta com um corte de 0,5 ponto percentual, que a traria para 4,5% ao ano.

Mas, segundo o banco, ainda há espaço para mais. Embora reconheça que o ciclo de afrouxamento monetário esteja no fim, os analistas acreditam que o Copom ainda pode promover um último ajuste na Selic em 2020, baixando-a para 4% ao ano.

Diretor de Redação do Money Times
Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
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Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
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