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A ação da Weg está cara? Não é bem assim, diz Credit Suisse

20 set 2021, 11:53 - atualizado em 20 set 2021, 12:01
WEG
Além de ser uma empresa com bons fundamentos, analistas do Credit lembram que a Weg é um porto seguro diante das incertezas dos mercados (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

Após disparar 120% em 2020 e se tornar uma das ações queridinhas da Bolsa, a Weg (WEGE3) anda de lado em 2021: subiu 2,39%, de acordo com o fechamento da última sexta-feira (20). 

A ação ficou cara? Segundo o Credit Suisse, em relatório enviado a clientes e obtido pelo Money Times, o papel caiu muito em função do investidor local. Mas isso está prestes a mudar, aponta. 

“Eles agora estão retornando ao caso de investimento, talvez atraídos pelo forte potencial de crescimento e em linha com a nossa visão positiva para o estoque”, afirmam os analistas Daniel Gasparete e Pedro Hajnal.

Na visão da dupla, de fato, um preço sobre lucro de 40x “não é fácil de digerir”. No entanto, eles acreditam que os investidores devem, gradativamente, se sentir mais confortáveis ​​com a cifra à medida que entendam melhor os vetores de crescimento da Weg e a sustentabilidade do ROIC (Retorno Sobre Capital Investido, em português). 

“Ações semelhantes (de outros setores) que passaram por significativa reclassificação também tiveram sua fase de “acomodação” e, a menos que haja decepção de resultados no curto prazo (o que não acreditamos ser o caso), a WEG deve continuar negociando a múltiplos altos”, afirmam. 

Defensiva 

Além de ser uma empresa com bons fundamentos, analistas do Credit lembram que a Weg é um porto seguro diante das incertezas dos mercados, que vão crescer à medida que as eleições de 2022 se aproximam.

“A Weg se enquadra bem nesses parâmetros por ter 55% do faturamento vindo do exterior e possuir baixíssima correlação de seu estoque com o IBOV (8% R² em 10 anos”, observam.

A companhia também ganha com a exposição à energias renováveis ​​no mercado doméstico, o que a torna uma possível proteção interessante contra um potencial caso de racionamento de energia no Brasil.

Um pé atrás

Na opinião do Credit Suisse, a grande pergunta que fica na cabeça dos investidores é se a Weg irá conseguir manter a forte expansão do ROIC, que saiu de 13 pontos percentuais em 2018 e chegou a 30 pp neste ano. 

“Apesar de uma boa discussão sobre o assunto com os investidores, notamos que muitos acham que deve continuar em 20-25%, mas temem que uma potencial decepção nesta frente seja o maior risco do caso”, argumentam. 

A recomendação do Credit Suisse é de compra, com preço-alvo de R$ 46.

Ação cara mesmo?

Visão diferente tem o BTG. O banco prefere aguardar as ações baixarem mais antes de indicar a compra dos papéis da Weg.

O BTG tem recomendação neutra para a companhia, com preço-alvo de R$ 45.

Os analistas calculam em 52,7 vezes o preço sobre lucro da ação para 2022 (quanto mais alto o número, mais caro é o papel).

“Apesar do valuation elevado de Weg, gostamos de seu perfil defensivo e forte momento de lucros, que acreditamos deve ser um investimento interessante neste ambiente volátil”, afirmam.

Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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