Política

A “estratégia Silvio Santos” vai colocar Jair Bolsonaro nos eixos? Melhor guardar os fogos…

15 jun 2020, 17:28 - atualizado em 15 jun 2020, 17:28
Silvio Santos e Jair Bolsonaro
Topa tudo por apoio: negociar com o Centrão e levar genro de Silvio Santos para o governo são sinais de que Bolsonaro está virando um presidente “normal?” (Imagem: YouTube/Divulgação/SBT)

A julgar pelas suas ações mais recentes, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) não levou para o governo apenas um dos genros do apresentador e empresário Silvio Santos. Sua aproximação com o Centrão e a vontade de criar um bolsa-família para chamar de seu indicam que o ex-capitão adotou uma verdadeira “estratégia Silvio Santos”.

A expressão batiza um relatório da MCM distribuído aos clientes. Após recapitular os principais pontos do Renda Brasil, a versão bolsonarista do Bolsa-Família, a consultoria argumenta que, do ponto de vista político, a iniciativa faz todo sentido – embora, com a ressalva de que os economistas ainda devem dizer se há condições fiscais de implantá-la.

“Este governo tão peculiar não se diferenciará de outras administrações que, em maior ou menor grau, também miraram o chamado povão como um alvo a conquistar”, afirma a MCM.

A consultoria prossegue, observando que “é simbólico que esta estratégia de popularização esteja sendo adotada no mesmo momento em que o genro de Silvio Santos, o deputado Fábio Faria (PSD-RN), chegará ao governo para assumir o ressuscitado Ministério das Comunicações.”

Bom para todos

A consultoria reconhece que o apresentador apoiou todos os presidentes, independentemente de sua coloração ideológica, mas, com alguém da família no primeiro escalão do governo, o relacionamento com Bolsonaro muda de nível.

A MCM pontua que o movimento matou “três coelhos com uma cajadada: agradou Silvio Santos, o Centrão e Rodrigo Maia”, o presidente da Câmara, de quem o genro de Silvio é próximo e que, como se sabe, andava às turras com Bolsonaro.

Coronavírus
Testagem: um indicador de que Bolsonaro estaria se normalizando seria reconhecer a gravidade da pandemia de coronavírus  (Imagem: Ingrid Anne/Prefeitura de Manaus)

O relatório observa que, após trombar com tudo e todos, o movimento levanta a questão de se, finalmente, “o governo Bolsonaro tomará o rumo da normalização” das relações com os outros poderes e com a política em geral. Mas, como o presidente costuma ser imprevisível, a MCM recomenda um pouco de cautela – ou ceticismo.

“Enquanto o presidente incentivar apoiadores a invadir hospitais para denunciar a ‘farsa’ da covid no país, não é possível apostar que estamos no terreno da normalidade, nem a nova, nem a antiga”, alerta. Melhor guardar os fogos de artifício…

Diretor de Redação do Money Times
Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
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