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Soja: Clima domina atenções na CBOT e derruba preços em setembro; o que esperar?

29 set 2023, 16:34 - atualizado em 30 set 2023, 10:12
soja cbot
Na próxima semana, as atenções do mercado da soja se voltam aos trabalhos de plantio no Brasil e à colheita nos EUA (Imagem: Pixabay)

Durante a semana, os preços da soja contaram com fortes volatilidades em Chicago (CBOT), com o contrato para novembro recuando 6,85% em setembro. Apesar disso, o mercado ficou indeciso e não contou com grandes movimentações, tanto no exterior quanto no cenário doméstico.

“Tivemos uma semana com uma nova queda nas condições das lavouras dos Estados Unidos. No entanto, o ritmo da colheita avançou acima da média e isso ajudou a segurar o mercado ao redor dos US$ 13 por bushel. De maneira geral, o mercado volta as suas atenções para o cenário da safra sul-americana, que deve trazer uma pressão firme e negativa para a soja em Chicago”, explica Rafael Silveira, analista na Safras & Mercado.

De acordo com Silveira, as expectativas são de uma safra brasileira acima de 160 milhões de toneladas, o que implica em um novo recorde de produção.

“Além disso, devemos ter uma recuperação forte da safra Argentina frente quebra histórica da última temporada. Assim, o mercado espera por uma colheita com o potencial produtivo de 48 milhões de toneladas. A partir deste cenário, a oferta da soja disponível, mesmo com a queda de produtividade norte-americana, deve ser suplantada pela grande quantidade de grãos no mercado”, diz.

Curto prazo e comercialização para soja

Para Silveira, no curto prazo, o mercado pode ter alguma correção nos contratos futuros.

“Por outro lado, no cenário macro, devemos ter novas quedas para o grão, com um alvo mais curto na faixa dos US$ 12,60 por bushel. Os pontos de atenção do mercado são o andamento climático para o hemisfério sul, que pode gerar problemas no desenvolvimento das safras, enquanto no curto prazo o ritmo da demanda e colheita americana pode trazer volatilidade no preço na Bolsa de Chicago”, analisa.

O analista ressalta que há pouca soja disponível sendo comercializada, com os preços praticamente estáveis, com exceção para picos de preços durante as altas do dólar.

“O produtor busca melhores preços, mas ele deve ficar atento em relação às condições atuais para o cenário da soja, já que temos prêmios negativos para os meses de março em diante, e isso é reflexo da expectativa de uma nova supersafra do grão. Diante disso, o produtor deve buscar maneiras de fazer um hedge na sua posição a fim de evitar maiores desvalorizações do grão”, pontua.

A soja em 2024

De acordo com a Safras & Mercado, o Brasil deve exportar 99 milhões de toneladas em 2024, 1% acima das 98 milhões de toneladas para 2023.

Para o esmagamento, a consultoria projeta 55 milhões de toneladas em 2024 e 53 milhões de toneladas em
2023, com uma elevação de 4% entre uma temporada e outra.

Já as importações devem ficar em 110 mil toneladas em 2024, contra 130 mil toneladas em 2023.

Em relação à temporada 2024, a oferta total de soja deverá aumentar 6%, passando para 168,871 milhões de toneladas.

A demanda total está projetada pela Safras em 157,7 milhões de toneladas, crescendo 2% sobre o ano anterior.

Dessa forma, os estoques finais deverão subir 103%, passando de 5,507 milhões para 11,171 milhões de tonelada.

USDA derruba soja e o que esperar na próxima semana?

Nesta sexta (29), o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgou seu relatório de estoques de grãos.

“O quadro baixista foi completado pelos dados do USDA sobre os estoques trimestrais que vieram acima do esperado pelo mercado. Segundo o USDA, os estoques em 1° de setembro estavam em 266 milhões de bushels e o mercado esperava algo entorno de 244 milhões de bushels. Diante disso, o grão despencou quase 2% nas mínimas do dia”, finaliza.

Na próxima semana, as atenções se voltam aos trabalhos de plantio no Brasil, enquanto os agentes seguem ligados no ritmo da colheita dos EUA, que está acima da média e pode pressionar ainda mais as cotações da soja em Chicago.

Repórter
Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil, que cobre o ciclo da oleaginosa do plantio à colheita, e do Agro em Campo, programa exibido durante a Copa do Mundo do Catar e que buscava mostrar as conexões entre o futebol e o agronegócio.
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Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil, que cobre o ciclo da oleaginosa do plantio à colheita, e do Agro em Campo, programa exibido durante a Copa do Mundo do Catar e que buscava mostrar as conexões entre o futebol e o agronegócio.
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