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Ação da Méliuz (CASH3) cai após Ebitda negativo; veja o que dizem os analistas

30 mar 2022, 11:19 - atualizado em 30 mar 2022, 11:22
Meliuz
XP Investimentos comentou que vê o aumento nas despesas de cashback como momentâneo. (Imagem: Meliuz/Divulgação)

As ações da Méliuz (CASH3) recuavam 2,6% no pregão desta quarta-feira (30), a R$ 2,57, após a empresa divulgar que teve um Ebitda negativo no quarto trimestre do ano passado.

O Bradesco BBI avalia que a reação negativa do mercado pode ser explicada pelo fato de que a boa receita havia sido antecipada em prévia divulgada pela companhia, segundo relatório assinado por Otavio Tanganelli e Ricardo França.

Para o banco, a empresa deve continuar a seguir sua estratégia de crescimento nos próximos trimestres. “Mas os investidores podem estar preocupados com a rentabilidade no curto prazo”, ponderou a instituição.

O Ebitda da Méliuz caiu para R$ 52 milhões negativos no 4T21 (ou -R$ 30 milhões ajustado para impactos pontuais), vs. -R$ 9 milhões, no 3T21, em um reflexo de aumento das despesas de cashback para fomentar o engajamento dos clientes, e da elevação do opex (despesas operacionais).

Méliuz aumenta receita

A Genial Investimentos destacou que a Méliuz conseguiu mais que dobrar sua receita líquida: a companhia faturou R$ 98,4 milhões no quarto trimestre de 2021, alta de 127% na base anual.

O resultado foi beneficiado por um crescimento de 76% no GMV e impactado pelo aumento de seu take rate no Shopping Brasil (+1,1 pp em base anual).

“Se por um lado o ‘top line’ dobrou no 4º trimestre, do outro lado as despesas operacionais ‘estouraram'”, disse a corretora em relatório desta quarta.

A receita de marketplace aumentou para R$ 97,7 milhões, um aumento de 66% no trimestre e 126% em base anual, implicando em take rate (taxa de comissão) de 4,2% (contra 3,4% no trimestre anterior e 3,7% no 4T20).

As fortes tendências de receita do marketplace foram encobertas por maiores despesas de cashback: o total da GMV ficou em R$ 2,0 bilhões, 46% acima do trimestre anterior e 113% acima em base anual, com R$ 1,7 bilhão relacionados à Meliuz e R$ 0,3 bilhão provenientes de operações internacionais.

Números vão melhorar?

A XP Investimentos comentou que vê o aumento nas despesas de cashback como momentâneo e disse que espera que a linha se normalize nos próximos trimestres, segundo relatório assinado por Renan Manda.

“O crescimento total de compradores manteve seu forte momentum, aumentando +28% T/T e +78% A/A, que também está em linha com a estratégia da empresa de focar no crescimento no curto prazo”, destacou.

Para o BTG Pactual, a empresa está superando seus planos de IPO. O banco diz que a Méliuz melhorou sua equipe e concluiu várias fusões e aquisições, está constantemente aprimorando seu aplicativo e lançando novos produtos, “está muito bem capitalizada e é muito provavelmente será lucrativo em um par de anos”.

“Nos níveis atuais (R$ 2,3 bilhões, ou ~US$ 480 milhões de valor de mercado), voltou a ser um excelente alvo de M&A para grandes players que precisam melhorar o relacionamento e o engajamento com os clientes”, disse.

Preço-alvo para CASH3

Veja recomendações e preço-alvo para as ações da Méliuz (CASH3), após a divulgação do balanço:

  • BTG: R$ 5,20, compra;
  • XP: R$ 8,0, compra.

Disclaimer

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Editor
Jornalista formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), com MBA em finanças pela Estácio. Colaborou com Gazeta do Povo, Estadão, entre outros.
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