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Ações da B3 têm apenas mais um ano de sossego e ganhos altos, diz UBS

18 ago 2020, 17:20 - atualizado em 18 ago 2020, 17:28
B3 B3SA3 Ibovespa
Porta entreaberta: CVM dá sinais de que deseja mais concorrência no mercado de capitais (Imagem: Alberto Ruy/MInfra)

O UBS promoveu uma generosa revisão do preço-alvo das ações da B3 (B3SA3), elevando-o de R$ 58 para R$ 71 nos próximos 12 meses, e reiterou a recomendação de compra. A cifra embute uma alta potencial de 22% sobre o fechamento de ontem.

Mas, se algumas tendências levantadas pelo banco suíço se confirmarem, este talvez seja o último grande ciclo de alta dos papéis da dona da Bolsa brasileira.

Há algum tempo, analistas e investidores convivem com a expectativa de que o reinado absoluto da B3 no mercado de capitais está no fim, e, mais dia, menos dia, uma empresa rival a desafiará.

A expectativa foi reforçada, no fim do ano passado, quando a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) iniciou uma consulta pública com o objetivo de aumentar a concorrência no mercado de capitais. Parecia que, finalmente, a B3 ganharia uma rival, mas a pandemia de coronavírus esfriou a história.

“Contudo, agora, com uma recuperação mais rápida que a esperada no mercado de ações e sólidos volumes [de negociação], cremos que o mercado brasileiro se tornou mais atraente para a entrada de um novo competidor”, afirmam Mariana Taddeo e Kaio Prato, que assinam o relatório do UBS obtido pelo Money Times.

Tamanho do impacto

Os analistas também procuraram estimar o impacto da maior concorrência sobre o desempenho da B3, e a conclusão é que, mesmo que não represente, nem de longe, sua derrocada, seus lucros não escaparão ilesos.

“De acordo com nossa simulação, se a B3 perder 15% do seu volume total de ações em 2022 para uma rival, apenas no segmento de negociação, o impacto sobre o lucro por ação seria de 1%”, explica a dupla.

“Mas, se a competição também incluir o negócio de clearing, o impacto no lucro por ação seria muito maior, de 6,1%”, advertem.

Xerife: CVM fez consulta pública para ampliar competição no mercado de capitais (Imagem: Divulgação/CVM)

O ano de 2022 não foi citado por acaso. Segundo o UBS, a partir de uma nova regulamentação do mercado, demoraria entre um ano e um ano e meio para que um concorrente pudesse se estabelecer no Brasil e iniciar suas operações.

O banco suíço pondera que a entrada de um rival no segmento de negociação de ativos é bem mais fácil, já que a tecnologia para se criar uma plataforma é bastante conhecida. Já os serviços de clearing requerem uma infraestrutura mais sofisticada, além de haver riscos regulatórios.

De qualquer modo, para o UBS, o mercado pode ganhar com a chegada de um desafiante à hegemonia da B3.

“Defendemos que a entrada de um novo competidor não significa, necessariamente, um jogo de soma zero, já que os investidores (traders de alta frequência) poderiam procurar oportunidades de arbitragem entre as plataformas concorrentes, acarretando um crescimento no volume geral de negócios”, diz o UBS.

Diretor de Redação do Money Times
Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
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Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
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