Mercados

Ações da Petrobras (PETR4) desabam mais de 7% após reajuste do preço dos combustíveis; entenda

17 jun 2022, 12:43 - atualizado em 17 jun 2022, 13:52
Petrobras
Ações da Petrobras desabam mais de 7% no pregão desta sexta-feira (Imagem: REUTERS/Adriano Machado)

As ações da Petrobras (PETR3PETR4) desabavam mais de 7% no pregão desta sexta-feira (17), após a companhia anunciar um novo aumento do preço dos combustíveis, que passam a valer a partir deste sábado (18).

Por volta das 12h, os papéis preferenciais da companhia, PETR4, caiam 7,84%, a R$ 26,80, enquanto os ordinários, PETR3, exibiam queda de 7,78%, a R$ 29,76.

Com os reajustes de 5,2% no preço da gasolina e de 14,2% no do diesel, a Petrobras alegou que o mercado de petróleo passou por mudança estrutural e que é necessário buscar convergência com os preços internacionais.

O preço médio de venda de gasolina da estatal para as distribuidoras passará de R$ 3,86 para R$ 4,06 por litro. O último ajuste ocorreu em 11 de março.

Para o diesel, o valor de venda da Petrobras passará de R$ 4,91 para R$ 5,61 por litro. O último ajuste ocorreu em 10 de maio.

As farpas entre a Petrobras e o governo

Em nota enviada à imprensa, a Petrobras afirmou que “é sensível ao momento que o Brasil e o mundo enfrentam”, de alta de preços, rebatendo declarações que vêm sendo feitas nas últimas semanas por Bolsonaro.

Nesta sexta-feira, o presidente afirmou que “a Petrobras pode mergulhar o Brasil num caos”, e relembrou a greve dos caminhoneiros de 2018, que parou o Brasil.

Além disso, ainda hoje, o presidente da Câmara dos DeputadosArthur Lira (PP-AL), pediu a renúncia imediata do presidente da estatal, José Mauro Ferreira Coelho.

O reajuste é eficaz?

Segundo a Ativa Investimentos, com o aumento dos preços, a Petrobras diminui a defasagem frente aos preços internacionais, o que via de regra, é positivo para as finanças da companhia.

No entanto, os analistas da corretora entendem que a ação foi desenvolvida por lideranças que estão de saída da companhia, “o que impede a dissolução das assimetrias referentes ao tema para os próximos meses”.

Os analistas da Ágora Investimentos ainda afirmam que a análise da política de preços da estatal está ganhando foco mais uma vez devido às discussões sobre os impostos sobre combustíveis.

“Considerando que há um desconto de 18% (diferença de R$ 1,06/l) na paridade internacional para os preços do diesel, e 15% (diferença de R$ 0,70/l) para os preços da gasolina, a Petrobras poderia, por si só, ofuscar o impacto de impostos mais baixos sobre os preços na bomba. Assim, o governo parece estar assumindo uma postura mais ativa ao pressionar a empresa contra novas elevações”, comentam.

Para o analista do Credit Suisse Regis Cardoso, o aumento dos preços é positivo para a companhia, “mas pode aumentar a pressão política”.

Na visão do analista da Terra Investimentos Regis Chinchila, os últimos desdobramentos trazem de volta as incertezas sobre a interferência política na empresa e investidores mostram pressão do lado vendedor.

Além disso, ressaltou, o cenário de forte desaceleração global e descasamento nos preços praticados no mercado interno também são temas que pressionam as ações da companhia.

No exterior, os preços do petróleo também experimentavam uma sessão de perdas relevantes, de cerca de 6%.

Apesar da iminência da continuidade do risco, os analistas da Ativa segue com recomendação de compra em PETR4, entendendo que a precificação do papel ainda apresenta uma relação positiva de risco X retorno.

*Com Reuters

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Editora-assistente no Money Times e graduanda em Jornalismo pela Unesp - Universidade Estadual Paulista. Entrou para a área de finanças e investimentos em 2021.
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