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AgroGalaxy (AGXY3): XP coloca ação em revisão após troca de CEO e mudança na tese de crescimento

06 fev 2024, 17:06 - atualizado em 06 fev 2024, 17:10
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A XP Investimentos faz ressalvas para a AgroGalaxy e acredita que empresa não conseguirá honrar seus compromissos (Foto: Divulgação)

A AgroGalaxy (AGXY3) anunciou na manhã desta terça-feira (6), por meio de comunicado ao mercado, que Axel Labourt, atual diretor vice-presidente de operações da AgroGalaxy, assumirá como novo CEO da companhia em 1º de marçom no lugar de Welles Pascoal.

Além dessas mudanças, 80 posições corporativas e 19 lojas da empresa serão encerradas. Os movimentos levaram a XP Investimentos a reavaliar sua visão para a ação da companhia.

Em meio a um ambiente desafiador para o setor de insumos, a corretora estima que, mesmo com uma injeção de capital de R$ 150 milhões e um contrato de empréstimo de R$ 38 milhões com o acionista controlador, a companhia pode não cumprir com o covenant de 3,0x Dívida Líquida/Ebitda.

Covenants são condições negociadas entre empresas e credores. Em alguns casos, o descumprimento dessas obrigações permite que os credores cobrem antecipadamente as dívidas. No caso da Agrogalaxy, a obrigação de manter uma proporção de Dívida Líquida igual a 3 vezes o Ebitda foi estabelecida em setembro de 2023, durante a renegociação para alongar um total de R$ 839 milhões em dívidas que venceriam ao longo de três anos.

Na ponta credora, estão o Banco do Brasil, Santander e Citibank. Na época em que o acordo foi fechado, a XP Investimentos lembrou que a proporção Dívida Líquida/Ebitda era de 3,3 vezes, o que impunha a necessidade de reduzir o endividamento da empresa.

Nesta terça-feira (6), a XP se manifestou novamente sobre a companhia. Segundo a corretora, as numerosas e contínuas mudanças de gestão resultam numa falta de visibilidade, além dos vários riscos para a tese de investimento, leva a corretora a colocar a tese em revisão.

O cenário do agro para a XP e o momento da AGXY3

Desde o ano passado, os varejistas agrícolas têm tido dificuldades devido a estoques acima da média, o que afetou negativamente os preços e as margens das empresas.

Além disso, os fatores climáticos impactaram os resultados, devido a quebras de safra em algumas regiões, com impacto negativo nos volumes.

A conjuntura atingiu particularmente algumas empresa, como a AgroGalaxy, que contavam com um plano de crescimento agressivo, com altos investimentos e abertura de novas lojas.

O negócio de varejo agrícola tem um longo ciclo de conversão de caixa, no qual as empresas financiam os agricultores. Este fato faz com que algumas delas operem com uma elevada alavancagem, que foi impulsionada pela estratégia de crescimento agressivo de alguns players.



Com as intempéries climáticas e a queda dos preços da soja e do milho, que levaram a uma comercialização das safras abaixo da média, os varejistas agrícolas sofreram com atrasos nos recebimentos, impactando negativamente o fluxo de caixa, no qual a maior parte da geração se destinava para pagamento de juros.

Em meio a um cenário de alta incerteza, a AgroGalaxy mudou seu CEO e CFO em 2023 e acaba de anunciar um novo CEO – três lideranças diferentes em menos de um ano.

Além dessa situação em desenvolvimento, em nossas estimativas, o 4T23 foi fraco para os varejistas agrícolas em geral, o que faz entender que será um desafio significativo para a empresa cumprir seus covenants.

Repórter
Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil, que cobre o ciclo da oleaginosa do plantio à colheita, e do Agro em Campo, programa exibido durante a Copa do Mundo do Catar e que buscava mostrar as conexões entre o futebol e o agronegócio.
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Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil, que cobre o ciclo da oleaginosa do plantio à colheita, e do Agro em Campo, programa exibido durante a Copa do Mundo do Catar e que buscava mostrar as conexões entre o futebol e o agronegócio.
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