Política

Agronegócio brasileiro se une a ONGs para pedir ação na Amazônia

06 set 2019, 14:05 - atualizado em 06 set 2019, 14:06
amazônia Meio ambiente
A proteção da Amazônia é vista como vital para o combate às mudanças climáticas (Imagem: REUTERS/Bruno Kelly)

Uma importante associação da indústria de exportação de carne do Brasil e outras entidades do agronegócio se juntaram nesta sexta-feira a organizações não-governamentais para pedir o fim do desmatamento em terras públicas, exigindo ação do governo à medida que os focos de queimadas na floresta amazônica aumentaram neste ano.

O grupo do setor de carne bovina Abiec e as ONGs Imazon e Ipam estão entre as 11 entidades brasileiras que assinaram uma campanha que também exige a proteção de áreas de conservação no país e a criação de uma força-tarefa do Ministério da Justiça para resolver conflitos por terras públicas de floresta.

O maior número de incêndios florestais desde 2010 está atingindo a Amazônia este ano, revelaram dados da agência de pesquisa espacial do país no mês passado, provocando um clamor global de que mais deve ser feito para proteger a maior floresta tropical do mundo.

A proteção da Amazônia é vista como vital para o combate às mudanças climáticas. Aproximadamente 60% da Amazônia está no Brasil.

Marcello Brito, presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), disse que algo deve ser feito para evitar danos ao setor agrícola do país como represália aos incêndios na Amazônia.

“Não vi contratos sendo cancelados em nenhum setor; as exportações continuam. Mas a luz vermelha está piscando”, disse Brito a repórteres.

“Se a ação não for tomada, se o discurso não mudar, se a retórica não mudar, as coisas podem piorar.”

A campanha também pede que outra força-tarefa examine as florestas em terras públicas às quais não foi atribuída nenhuma reserva ou outro status.

Cerca de 40% do desmatamento em 2018 ocorreu em terras públicas, segundo o Ipam.

Todas as florestas devem receber designações com base no que são mais adequadas, disse o diretor-executivo do Ipam, André Guimarães. Por exemplo, se contiver espécies sensíveis, uma floresta poderá ser protegida como reserva ou parque nacional, disse ele.

Outras poderiam ser designadas como florestas nacionais ou áreas de concessão para a exploração sustentável de madeira, disse Guimarães.

Aproximadamente 650.000 km2 de floresta no Brasil –uma área quase o dobro do tamanho da Alemanha– não têm designação, de acordo com o Ipam.

Mais cedo nesta semana, o Ipam reportou em nota que, dos 45.256 focos de fogo registrados no bioma Amazônico de janeiro ao final de agosto, 33% foram verificados em propriedades privadas, que cobrem 18% da área amazônica.

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