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AgRural não descarta pequeno corte na safra de soja do Brasil, caso chuvas persistam

08 mar 2021, 10:11 - atualizado em 08 mar 2021, 10:11
Soja Agronegócio
A empresa de análises lembrou que elevou sua estimativa de safra de 131,7 milhões para 133 milhões de toneladas em fevereiro (Imagem: REUTERS/Roberto Samora)

A estimativa de produção de soja do Brasil em 2020/21 poderá sofrer um ajuste pequeno caso chuvas que atingem áreas produtoras do país persistam, afetando a qualidade e o peso do grão, afirmou nesta segunda-feira a consultoria AgRural.

A empresa de análises lembrou que elevou sua estimativa de safra de 131,7 milhões para 133 milhões de toneladas em fevereiro, mas salientou que esse número já considera produtividades médias inferiores às do ano passado na maioria dos Estados produtores.

“Mas, caso as chuvas persistam agora em março, não se descartam pequenas reduções em alguns Estados, especialmente em Mato Grosso, na nova revisão que será feita na segunda quinzena deste mês”, afirmou.

Na sexta-feira, especialistas e integrantes do setor produtivo, como a associação Aprosoja Brasil, alertaram sobre reduções na estimativa devido a chuvas excessivas.

“Com umidade alta já há algumas semanas em pontos de Mato Grosso e do Norte/Nordeste do país, os problemas de qualidade têm se avolumado”, notou a AgRural.

“Além disso, a grande quantidade de soja saindo do campo com umidade elevada tem causado filas de caminhões em alguns armazéns de recebimento, já que a padronização dos lotes vem demandando mais tempo devido à umidade em excesso”, observou.

A AgRural também afirmou em nota que, apesar do aumento no número de áreas de soja prontas para a colheita, o avanço dos trabalhos foi mais lento do que se esperava na semana passada devido à continuidade das chuvas intensas em boa parte do Brasil.

“Essas precipitações aprofundam o atraso carregado desde o plantio, que foi prejudicado pela falta de umidade em setembro e outubro”, disse.

Até última quinta-feira, 35% da área cultivada com soja estava colhida no país –ainda o índice mais baixo para esta época do ano desde a safra 2010/11–alta de dez pontos em uma semana.

Um ano atrás, a colheita estava feita em 49% da área.

De acordo com dados da Refinitiv, as chuvas seguem nos próximos dias, com acumulados de quase 60 milímetros até o dia 12 em Mato Grosso, especialmente ao norte do Estado.

De outro lado, as precipitações diminuem nos próximos dias em áreas dos Estados ao sul.

(https://amers2.apps.cp.thomsonreuters.com/cms/?pageid=awd-br-forecast-analysis-maps-ecop-degc&hour=12&date=20210305)

Milho

Com o atraso na colheita, o plantio de segunda safra de milho também está mais lento.

Até quinta-feira, 54% da área prevista para a “safrinha” de milho 2021 estava semeada no centro-sul do Brasil, contra 39% uma semana antes e 80% um ano atrás, segundo a AgRural.

A consultoria destacou que a janela ideal de plantio já está fechada em Goiás e na maior parte de Mato Grosso e do Paraná, enquanto nas áreas de calendário mais tardio desses dois últimos Estados e em Mato Grosso do Sul, São Paulo e Minas Gerais, a janela se fecha no dia 10 ou 15 de março, dependendo da região.

Milho
Com o atraso na colheita, o plantio de segunda safra de milho também está mais lento (Imagem: REUTERS/Inae Riveras)

“Quanto mais atrasado o plantio, maior a chance de perdas de produtividade, já que o milho atravessará a fase reprodutiva em um período mais seco e frio que o ideal”, disse.

Mesmo assim, os bons preços do cereal e a comercialização antecipada estimulam o aumento da área plantada e a continuidade da semeadura mesmo depois de já fechada a janela, acrescentou a AgRural.

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