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AIE alerta para risco à recuperação do mercado de petróleo

10 jul 2020, 11:11 - atualizado em 10 jul 2020, 11:11
Petróleo
Estoques abarrotados diminuirão à medida que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e seus aliados insistem em enormes cortes de produção, segundo o documento (Imagem: REUTERS/Jennifer Hiller)

A Agência Internacional de Energia melhorou a perspectiva para a demanda global de petróleo, mas alertou que a recuperação pode ser prejudicada por outra onda do coronavírus.

O colapso no consumo de combustível durante o segundo trimestre foi ligeiramente menos grave do que o estimado anteriormente e a demanda deve se recuperar bastante nos próximos três meses com a retomada da atividade, informou a agência em seu relatório mensal.

Estoques abarrotados diminuirão à medida que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e seus aliados insistem em enormes cortes de produção, segundo o documento.

No entanto, uma aceleração das infecções por coronavírus, que se abate sobre vários estados dos EUA e ressurge na Ásia, “lança uma sombra sobre a perspectiva”, alertou a AIE.

“O grande número de casos de Covid-19, em aceleração em alguns países, é um lembrete perturbador de que a pandemia não está sob controle e o risco para nossa perspectiva de mercado quase certamente pende para o lado negativo”, afirmou a AIE. A agência sediada em Paris assessora as principais economias em suas políticas energéticas.

Os preços internacionais do petróleo mais que dobraram desde as mínimas atingidas no final de abril. Nesta sexta-feira, o barril era negociado pouco abaixo de US$ 42 em Londres, enquanto o uso de combustível aumenta e a oferta de petróleo segue limitada.

Mas os impactos da crise do coronavírus ainda são sentidos.

A demanda global de petróleo deve diminuir em 7,9 milhões barris diários, ou cerca de 8%, este ano. As paralisações e a contração das economias reduzem a necessidade de produtos como o combustível para aeronaves e a gasolina.

Embora a queda seja a maior em registro, não é tão ruim quanto se previa no mês passado, quando a agência projetou recuo de 8,3 milhões de barris diários.

A AIE melhorou a avaliação para a demanda no segundo trimestre, o auge da crise, em 1,5 milhão de barris diários –- o que ainda representa uma queda de 17% em relação ao mesmo período de 2019.

No terceiro trimestre, com a retomada da atividade econômica, o consumo mundial deve aumentar cerca de 14% para uma média de 94,3 milhões barris diários, de acordo com a agência.

A recuperação da demanda, cortes rigorosos na produção pela Opep e aliados, além de perdas de produção em outros locais devem reduzir um pouco o enorme excedente de petróleo acumulado durante o primeiro semestre.

A oferta global de petróleo caiu para o menor nível em nove anos de 86,9 milhões de barris diários no mês passado. A chamada Opep+ realizou todos os cortes prometidos, enquanto a diminuição dos investimentos e das atividades de perfuração prejudica a produção nos EUA e Canadá.

A aliança Opep+, composta por 23 nações lideradas por Arábia Saudita e Rússia, prometeu reduções de produção sem precedentes que representam quase 10% da oferta mundial, na tentativa de reequilibrar os mercados e elevar os preços.

A coalizão cortou a produção ainda mais do que o prometido em junho, quando os sauditas realizaram reduções adicionais para acelerar a recuperação, informou a AIE.

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