Internacional

Alguns tipos de emprego podem desaparecer na Itália

15 jun 2020, 15:10 - atualizado em 15 jun 2020, 15:10
Bandeira itália
A Itália, um dos epicentros originais do vírus na Europa, iniciou uma quarentena regional no final de fevereiro, antes de expandir a medida para todo o país no início de março (Imagem: Pixabay)

A Itália precisa treinar novamente os trabalhadores, e não apenas protegê-los se quiser se recuperar dos possíveis danos estruturais causados ao mercado de trabalho pela pandemia de coronavírus, disse Andrea Malacrida, responsável pela unidade italiana da empresa de emprego temporário Adecco.

De uma força de trabalho de aproximadamente 23 milhões na Itália, cerca de 3 milhões de contratos não foram renovados, principalmente em setores como turismo, entretenimento e áreas similares afetadas pela paralisação de empresas e restrições de mobilidade no país, disse Malacrida, cuja empresa possui 350 escritórios na península.

Segundo ele, o impacto sobre contratos temporários foi devastador. “Agora, o importante é seguir em frente, não basta oferecer afastamento temporário ou distribuir ajuda, precisamos treinar as pessoas, criar habilidades e crescimento para substituir empregos que não retornarão.

Até agora, o governo não fez o suficiente nessa frente e isso pode voltar a nos assombrar no futuro”, afirmou Malacrida.

A Itália, um dos epicentros originais do vírus na Europa, iniciou uma quarentena regional no final de fevereiro, antes de expandir a medida para todo o país no início de março.

O governo começou a relaxar as restrições no mês passado. O fechamento de empresas levou a uma queda de 5,3% do PIB no primeiro trimestre, e uma retração muito mais profunda é esperada nos três meses até junho.

“Haverá alguns novos empregos disponíveis, por exemplo, pessoas para gerenciar o novo normal com o vírus, medir temperaturas, garantir que as pessoas sigam as instruções e garantir a logística no novo ambiente”, disse o CEO da Adecco Group Italy. “Algumas áreas estão crescendo como on-line e, claro, entregas de todos os tipos.”

Desde março, o governo italiano aprovou dois pacotes de estímulo fiscal no valor total de 75 bilhões de euros (US$ 85 bilhões) para apoiar empresas e trabalhadores prejudicados pela pandemia.

Líderes no país reconheceram que mais ajuda pode ser necessária, especialmente para manter programas de demissão temporária.

“Existem casos em que a digitalização realmente reduziu a força de trabalho, as pessoas perceberam que atividades realizadas nos escritórios podem ser executadas remotamente ou que uma equipe de 12 pessoas pode se tornar uma de 50 on-line e estão demitindo funcionários.

Talvez não precisem mais alugar grandes escritórios, podem alugar apenas um andar”, afirmou. “Essas são mudanças que podem ser duradouras.”

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