Meio Ambiente

Amazônia caminha para espiral de morte com salto no desmatamento em 2020

27 jan 2021, 17:54 - atualizado em 27 jan 2021, 17:54
Vista aérea de área desmatada na floresta amazônica perto de Porto Velho 14/08/2020
É fundamental atingir o desmatamento zero em toda a Amazônia em menos de cinco anos (Imagem: REUTERS/ Ueslei Marcelino)

Uma área do tamanho de Israel foi desmatada no bioma da Amazônia no ano passado, quando a destruição aumentou 21% na região que se estende por nove países e abriga a maior floresta tropical do mundo, de acordo com a organização Amazon Conservation.

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Sob esse índice acelerado, a floresta amazônica atingirá um ponto de inflexão em de 10 anos a 20 anos, após o qual entrará em uma espiral sustentada de morte e secará, transformando-se em uma savana, disse Carlos Nobre, cientista da Universidade de São Paulo.

Cerca de 17% a 18% do bioma já foi destruído, e com 1% a mais de desmatamento a cada três anos, o ponto de inflexão de 20% a 25% de destruição está se aproximando rapidamente, afirmou Nobre, que não faz parte da Amazon Conservation.

“É fundamental atingir o desmatamento zero em toda a Amazônia em menos de cinco anos”, disse Nobre.

Um primeiro olhar da Amazon Conservation sobre o desmatamento no ano inteiro de 2020 mostra que cerca de 21 mil quilômetros quadrados de floresta de crescimento antigo foram cortados ou queimados, o equivalente ao tamanho de Nova Jersey, segundo as descobertas do grupo norte-americano sem fins lucrativos em sua análise de dados de satélite.

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“Estes números são atordoantes”, disse Matt Finer, que comanda o projeto de monitoramento amazônico da ONG.

O bioma da Amazônia é dominado majoritariamente pela floresta tropical, mas inclui outros ecossistemas que compartilham uma variedade semelhante de plantas e animais.

Muitas partes da Amazônia sofreram com um clima mais seco no ano passado, e por isso ficaram mais suscetíveis a incêndios.

A Bolívia respondeu pelo maior aumento da destruição na comparação com 2019, já que incêndios enormes devastaram as florestas secas de Chiquitano, disse Finer.

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Muitos bolivianos usam táticas de corte e queima para liberar terras para o gado e a soja, e as chamas podem sair de controle e invadir a floresta em condições secas.

A Bolívia anunciou um estado de emergência em outubro, dizendo que 600 famílias haviam sido afetadas pelos incêndios.

Depois da Bolívia, Peru, Colômbia e Equador testemunharam aumentos menores do desmatamento.

O Brasil é o campeão de desmatamento, respondendo por 61% dos focos de incêndio na Amazônia como um todo, embora a destruição florestal de 2020 tenha sido semelhante à de 2019, segundo Finer.

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“Acho que 2019 é visto como um ano muito ruim para a Amazônia brasileira. (O ano de) 2020 teve menos notícias e atenção, mas foi igualmente ruim, se não pior.”

Os dados de 2020 se baseiam em uma análise preliminar de alertas de desmatamento gerados pela Universidade de Maryland, e as cifras definitivas serão confirmadas mais tarde neste ano.

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A Reuters é uma das mais importantes e respeitadas agências de notícias do mundo. Fundada em 1851, no Reino Unido, por Paul Reuter. Com o tempo, expandiu sua cobertura para notícias gerais, políticas, econômicas e internacionais.
reuters@moneytimes.com.br
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