Internacional

Americanos ativam planos de fuga para abrigos durante a pandemia

22 abr 2020, 16:51 - atualizado em 22 abr 2020, 16:51
Bandeira dos EUA
Duas dúzias de famílias se mudaram para um abrigo da Vivos para 5 mil pessoas em Dakota do Sul (Imagem:Pixabay)

Quando os casos de coronavírus se espalharam pelos Estados Unidos no início de março, um executivo do Vale do Silício ligou para a fabricante de abrigos de sobrevivência Rising S. Ele queria saber como abrir a porta secreta de seu abrigo multimilionário de mais de 3 metros de profundidade na Nova Zelândia.

O diretor de tecnologia nunca havia usado o “bunker” e não conseguia se lembrar de como destrancá-lo, disse Gary Lynch, gerente-geral da Rising S, com sede no Texas.

“Ele queria verificar a combinação da porta e estava fazendo perguntas sobre eletricidade e aquecedor de água e se precisava levar água extra ou filtros de ar”, disse Lynch.

O empresário administra uma empresa na área da baía de São Francisco, mas mora em Nova York, que rapidamente se tornava o epicentro mundial de coronavírus.

“Ele foi para a Nova Zelândia para escapar de tudo o que está acontecendo”, disse Lynch, que não quis identificar o proprietário do bunker porque mantém suas listas de clientes privadas. “E, até onde eu sei, ainda está lá.”

Durante anos, a Nova Zelândia tem se destacado nos planos de sobrevivência de americanos ricos preocupados que um germe assassino pudesse paralisar o mundo.

Isolada na extremidade da terra, a Nova Zelândia tem uma população de cerca de 4,9 milhões de pessoas, cerca de 20% do total na área metropolitana de Nova York.

A nação insular limpa e verde é conhecida por sua beleza natural, políticos descontraídos e centros de saúde de primeira linha.

Nas últimas semanas, o país foi elogiado pela resposta à pandemia. O governo impôs uma quarentena de quatro semanas logo no início e hoje tem mais pessoas recuperadas do que infectadas. Apenas 12 pessoas morreram da doença.

A rede global de abrigos Vivos já instalou um abrigo para 300 pessoas na Ilha Sul, ao norte de Christchurch, disse Robert Vicino, fundador da empresa com sede na Califórnia. Ele recebeu duas ligações de possíveis clientes ansiosos por construir abrigos adicionais na ilha.

Nos EUA, duas dúzias de famílias se mudaram para um abrigo da Vivos para 5 mil pessoas em Dakota do Sul, disse, onde ocupam um bunker em uma antiga base militar que equivale a cerca de 75% do tamanho de Manhattan.

A Vivos também construiu um bunker para 80 pessoas em Indiana e está desenvolvendo um abrigo para mil pessoas na Alemanha.

A Rising S instalou cerca de 10 bunkers particulares na Nova Zelândia nos últimos anos. O custo médio é de US$ 3 milhões para um abrigo que pesa cerca de 150 toneladas, mas pode facilmente chegar a US$ 8 milhões com recursos adicionais como banheiros de luxo, salas de jogos, campos de tiro, ginásios, teatros e camas cirúrgicas.

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